Implantação da internet 5G é tema de debate na Federasul em Porto Alegre

Implantação da internet 5G é tema de debate na Federasul em Porto Alegre

Especialistas apontam que 98% dos municípios brasileiros precisam adequar legislação

Felipe Samuel

Especialistas afirma que é preciso concluir a limpeza das faixas para ativação do 5G em todo país

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Com o desenvolvimento tecnológico e a utilização de aplicativos em aparelhos celulares, a implantação da internet de quinta geração (5G) ganha cada vez mais relevância no Brasil. Apesar da necessidade de instalar novas antenas para o funcionamento da nova tecnologia, especialistas alertam que 98% dos municípios brasileiros ainda precisam adequar suas legislações para dar continuidade ao processo de instalação de antenas. Além do desafio de ajustar a legislação, ressaltaram nesta quarta-feira durante o evento Tá na Mesa, da Federasul, que é preciso concluir a limpeza das faixas para ativação do 5G em todo país.

Brasília, São Paulo, João Pessoa, Porto Alegre e Belo Horizonte já estão com o sistema operante. Ao tratar do tema “A implantação do 5G no RS: desafios e oportunidades”, o diretor de Relações Institucionais da TIM Brasil, Cleber Affanio, explica que a nova tecnologia confere maior velocidade e agilidade em atividades do dia a dia e que vão desde a agricultura à saúde. “A velocidade aumentou pela demanda do público. Do 4G para o 5G existe uma ruptura, porque não é só a velocidade que vai aumentar, e talvez nem precisasse aumentar tanto, porque a que tem hoje me atende”, afirma.

Conforme Affanio, a nova tecnologia tem características marcantes: velocidade, latência baixa e gerenciamento de vários dispositivos ao mesmo. “A velocidade vai aumentar muito, então tudo vai ficar rápido, para ver o filme, para baixar o filme, para enviar o filme. E vem também duas características importantes, latência baixíssima, que é uma resposta quase imediata do celular com o sistema”, ressalta, acrescentando que TIM se antecipou e já instalou 34 antenas na Capital. “Teremos 48 antenas 5G até o final do ano. Cinquenta seria a meta de 2024”, salienta.

Segundo Affanio, o 5G é diferente das tecnologias anteriores. “Com o 3G se adquiriu frequência, tinha uma obrigação de atender determinadas cidades em determinado tempo, mas poderia fazer antes caso tivesse interesse comercial e técnico de fazer 3G ou 4G. No 5G não é assim, porque a gente precisa fazer uma limpeza de espectro do 3,5GHz, explica, em referência à limpeza das faixas de ativação”, explica. Por conta desse atraso, em agosto, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adiou para 27 de novembro o prazo para implantação da nova tecnologia em 15 capitais.

Presidente executivo da Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, Marcos Ferrari, afirma que o consumidor brasileiro absorve novas tecnologias rapidamente e destaca a evolução da internet durante as últimas décadas. “O 3G levou 9 anos para alcançar 500 milhões de usuário no mundo, o 4G levou 6 anos e o 5G alcançou essa quantidade de usuários em 2 anos e 8 meses após o seu lançamento”, compara. Ele ressalta as dificuldades para implantação da nova tecnologia nos municípios. “Essa decisão não cabe às operadoras. Só posso entrar com o sinal 5G aonde há a liberação da Anatel dessa frequência 3,5GHz”, salienta. “Aconteceu assim com as capitais”, completa.

Conforme levantamento da Conexis, 16 capitais estão com as legislações adequadas para dar agilidade à implantação do 5G. Conforme Ferrari, Porto Alegre é exemplo para o país no licenciamento de infraestrutura de telecom. Apesar desse cenário, no Rio Grande do Sul o cenário ainda é desafiador. Entre os problemas apontados estão a necessidade de atualização de legislações municipais, processos de licenciamento ágeis, regras simétricas entre os competidores e que estimulem os investimentos, e redução de carga tributária sobre importação de equipamento.
 


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