Início da vacinação de mulheres de 59 anos é marcado por atrasos e filas em Porto Alegre

Início da vacinação de mulheres de 59 anos é marcado por atrasos e filas em Porto Alegre

Secretaria Municipal de Saúde informou que o atraso inicial se deu por conta da logística

Felipe Samuel

Vacinação de mulheres com 59 anos sem comorbidades teve início nesta sexta

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O início da vacinação de mulheres com 59 anos sem comorbidades contra o novo coronavírus nesta sexta-feira foi marcado por atrasos, confusão e filas de espera nos postos de saúde da Capital. Em algumas unidades, a vacinação começou após as 14h, ou seja, com mais de uma hora de atraso. Quem pegou os primeiros lugares da fila, aguardou três horas e meia, debaixo de sol forte, para receber o imunizante. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que o atraso inicial se deve por conta da logística.

De acordo com a SMS, as vacinas foram entregues pelo governo gaúcho no final da manhã para, em seguida, ser separada em estoques, registrada e direcionada às unidades de saúde. A primeira dose da vacina para a doméstica Márcia Aschel Antunes, 59 anos, representa um sentimento de alívio e, ao mesmo tempo, de emoção. Em julho do ano passado, ela perdeu o irmão Marcos, 56, que morava em Passo Fundo, em decorrência da Covid-19. "Dói muito. Só quem perde é quem sabe o quanto dói uma caixão fechado e não saber quem é que está ali enterrado", lembra. "Ao mesmo tempo é um alívio tomar a vacina", completa.

Márcia chegou às 11h no Centro de Saúde Modelo, localizado na avenida Jerônimo de Ornelas, no bairro Santana, quando a fila se espalhava até a esquina com a avenida João Pessoa. Às 14h40, após tomar a primeira dose da vacina, ela deixou a unidade em meio a uma fila muito maior do que quando havia chegado à unidade, que terminava na rua Santana, a duas quadras da entrada do posto. Após receber a dose do imunizante, Neusa Vieira de Sousa, que é aposentada, comemorava a vacinação na saída da unidade de saúde. "Cheguei às 11h30, levei mais de três horas para tomar a vacina", afirma.

Mesmo com os problemas para tomar o imunizante, ela deixava a unidade de saúde satisfeita. "Valeu a pena a espera. Agora dia 27 de agosto tomo a segunda dose da Fiocruz. Minha mãe, que tem 81 anos, tomou agora a segunda dose. E faz um ano que não a vejo", destaca. Sobre os problemas na vacinação na Capital, a SMS ressalta que houve atrasos nas maiores unidades, como no Centro de Saúde Modelo e no Centro de Saúde Santa Marta, no Centro Histórico, mas destaca que a questão logística é uma 'operação complexa'.

Em nota, a SMS informa que o atraso "era esperado". "Foi feito um enorme esforço logístico para organizar a distribuição das vacinas que foram entregues pelo Estado pouco antes de iniciar a vacinação. Depois de retirados os lotes, foi necessário catalogar, acondicionar adequadamente as remessas para cada unidade, embarcar e levar aos pontos de vacinação. Operação muito complexa executada com prazo mínimo. Por causa disso o atraso era bem provável, mas o importante era viabilizar a vacinação no dia de hoje, conforme havia sido anunciado pela prefeitura", completa a nota.

No mesmo dia que iniciou a vacinação para mulheres com 59 anos sem comorbidades, a Prefeitura retomou a aplicação da segunda dose da Pfizer. Durante o dia, no entanto, o movimento em farmácias e unidades de saúde ficou bem abaixo do normal. No Bom Fim, o setor de vacinação de farmácias localizadas na avenida Osvaldo Aranha estava vazio à tarde. No Centro Histórico, a cena se repetia, com poucos usuários procurando a vacinação contra a Covid-19.


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