Incerteza sobre futuro Zoológico de Sapucaia do Sul preocupa visitantes e servidores
Indefinição sobre a possível concessão do Parque à iniciativa privada já dura alguns meses
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Nos dias úteis, a maioria dos visitantes é de estudantes em busca de conhecimento sobre as espécies, enquanto aos finais de semana, a visita é por lazer. O preço atrai muitas pessoas. Um carro pode ingressar no parque por R$ 50, um ônibus escolar durante a semana paga R$ 74,50; adultos, R$ 10; e alunos, R$ 5. Esse é um dos temores quanto à possível concessão. “Com a entrada de uma empresa, a primeira coisa que deve mudar é o valor do ingresso”, acredita Mariane Camargo, que vai ao parque desde a infância e, agora grávida, não sabe se a filha aproveitará o local.
Um dos focos da fundação e do parque é a educação ambiental. Ano passado, 500 professores foram capacitados no zoológico para atuarem como multiplicadores da preservação ambiental. “É um local privilegiado para educação e preservação ambiental em meio à Região Metropolitana”, afirma o diretor do zoo, Paulo Ricardo Salerno.
O custo com a manutenção é de R$ 3,2 milhões, próximo à receita de 2014, R$ 3,1 milhões. Cabe ao Estado pagar os servidores, R$ 6 milhões. O projeto de lei 300/2015, que prevê a extinção da fundação, teve a retirada do regime de urgência em agosto. Hoje, o PL aguarda parecer na Comissão de Constituição e Justiça. Não há previsão para votação em plenário, já que ainda deve passar pelas comissões de Finanças e de Meio Ambiente. Por ter só mais seis sessões, a avaliação deve ficar para o próximo ano.
Venda do Horto Florestal foi cogitada
O Horto Florestal, que compreende a área total onde está inserido o zoológico, já foi dúvida para outra administração estadual. Em 1957, um projeto de lei que aprovava um plano para a construção de escolas financiadas com a alienação do território foi encaminhado à Assembleia Legislativa. O parecer do então deputado Paulo Brossard defendendo sua posição contrária à venda da área foi publicado pelo Correio do Povo no dia 10 de novembro daquele ano. “Não valeria a pena o sacrifício de uma área que deve ser preservada inteiramente (e pena é que seja única e não seja maior!) para atender a outras necessidades vitais do povo”, defendia.
Dois dias depois, um artigo do padre Balduíno Rambo, que viria a nomear a área, foi publicado no jornal. “Temos terra mais do que precisamos para cuidar do futuro; mas é preciso proceder já, enquanto o Estado ainda tem áreas em sua mão. Sou visceralmente contrário à venda do Horto Florestal dos Eucaliptos.” Na época, a área permaneceu conservada.