Infecção pela Ômicron não aumenta imunidade conferida por vacinas contra a Covid-19

Infecção pela Ômicron não aumenta imunidade conferida por vacinas contra a Covid-19

Estudo publicado nesta semana contradiz outro trabalho que mostrava que doença potencializava proteção dos imunizantes

R7

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Pesquisadores do Reino Unido apresentaram na terça-feira (14) um estudo que contradiz uma tese que vinha sendo defendida a respeito da imunidade contra a Covid-19. Eles comprovaram, em um artigo na revista Science, que ser infectado pela variante Ômicron do coronavírus não aumenta a resposta imune de pessoas previamente vacinadas.

A equipe conduzida pelo professor Danny Altmann, do Departamento de Imunologia e Inflamação do Imperial College London, constatou que Ômicron e suas subvariantes fornecerem um franco impulso natural da imunidade contra a Covid-19, inclusive em reinfecções pela própria Ômicron até mesmo em pessoas com três doses de vacina.

O estudo também comprovou que pessoas infectadas com outras cepas do coronavírus e reinfectadas pela Ômicron algum tempo depois também não tiveram nenhum ganho imunológico significativo.

Em janeiro, um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, e publicado na revista Science Immunology sugeriu que a vacinação associada à infecção por uma das variantes de preocupação – Alfa, Beta ou Gama – garantia uma resposta imunológica mais forte e duradoura.

Os pesquisadores, todavia, não tinham incluído a Ômicron porque ela ainda não havia sido identificada na época em que o trabalho foi conduzido. A Ômicron responde atualmente por 100% dos casos de Covid-19 no Brasil, de acordo com as amostras sequenciadas pela Rede Genômica da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A primeira onda, em janeiro, foi causada pela subvariante BA.1, mas a atual tem como predominância a BA.2, muito mais transmissível. Os achados da equipe ajudam a explicar o que está por trás das sucessivas reinfecções que estão sendo observadas desde o surgimento da Ômicron.

"[A Ômicron] não só pode romper as defesas da vacina, mas parece deixar muito poucas das marcas que esperávamos no sistema imunológico – é mais furtiva do que as variantes anteriores e voa sob o radar, então o sistema imunológico é incapaz de se lembrar disso."

Ainda assim, os autores salientam que a imunização, ainda que não evite completamente a Covid-19 sintomática, é fundamental para reduzir o risco de complicações da doença e morte.


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