Infraero analisa causas de apagão no Salgado Filho

O superintendente da Infraero, Jorge Herdina, explicou, em entrevista à Rádio Guaíba, que uma equipe investiga as razões da queda de energia no Aeroporto Internacional Salgado Filho, que causou transtornos na manhã desta sexta-feira por cerca de três horas. Ele explicou que houve uma interrupção da energia comercial fornecida pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e o gerador do terminal assumiu a carga, porém, quando a luz voltou, a situação não normalizou no segundo piso, onde são realizados os check-ins.

Segundo ele, foi identificado que um disjuntor de alta tensão não estava funcionando. O equipamento precisou ser substituído. Por volta das 7h50min, houve uma segunda queda de energia, que, segundo o superintendente, ocorreu para que fosse feita a transferência do gerador do aeroporto para o sistema comercial. “Nós temos uma manutenção preventiva mensal. Nossa equipe está buscando a resposta para identificar a causa e prevenir essa situação”, disse.

Conforme Herdina, existe um gerador para cada pavimento do aeroporto. “Há uma estrutura bem direcionada”, disse.
A falta de luz interrompeu, desde as 4h20min desta sexta-feira, o serviço de alguns check-ins no Aeroporto Salgado Filho. O problema durou aproximadamente três horas e os passageiros não puderam embarcar. Muitas filas foram formadas em todos os balcões do terminal. 

Das 6h às 11h, a Infraero contabilizou atrasos superiores a 30 minutos em 25 das 38 decolagens programadas e dois cancelamentos de voos - Gol 01725 (Manaus) e TAM 03058 (São Paulo). Das 25 aterrissagens agendadas para o período, nove atrasaram e duas foram suspensas - Gol 01869 (Florianópolis) e Azul 04111 (Fortaleza). Muitos dos que se sentiram prejudicaram recorreram à sala onde funcionava o posto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e encontraram a porta fechada. Eles desconheciam a decisão da Anac de suspender o atendimento presencial em Porto Alegre. Reclamações podem ser feitas agora através do telefone da Anac 0800-7254445, que tem atendimento 24 horas.

A confusão era tamanha no Salgado Filho que os atendentes das companhias aéreas caminhavam entre as pessoas em busca de seus clientes. “Passageiros do voo da TAM, que seguiria para Congonhas às 6h27min, se identifiquem por favor”, gritava o atendente da companhia, às 8h05min, tentando agilizar os trâmites para embarque.

O advogado Márcio Irion, 34, decidiu sentar no chão na tentativa de manter a calma. Ele não conseguiu retornar para casa por conta do atraso na partida do voo da Azul que o conduziria para São Paulo, de onde prosseguiria viagem até Goiânia e, posteriormente, para Rio Verde, onde reside. “Com o blecaute, perdi o único voo da Azul que seguiria para Goiânia e também o único da Trip que me levaria para casa”, lamentou. A alternativa foi permanecer o final de semana em Porto Alegre e aguardar por nova tentativa de embarque na segunda-feira. “Juridicamente, a culpa pelo apagão é da Infraero, com corresponsabilidade das companhias aéreas, por conta da cobrança de taxa de embarque. “Quem desejar buscar ressarcimentos, deve mover ação contra a estatal e a empresa”, disse.

Marjulie Martini / Rádio Guaíba e Luciamem Winck / Correio do Povo