Instalações do Presídio Central oferecem risco de morte, conclui Crea
Comissão formada por Conselho de Engenharia, OAB e Cremers avaliou condições de vida dos detentos
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Além disso, Capoani ressaltou que o esgoto aparente também é uma grave deficiência e oferece riscos à saúde dos presos, dos funcionários e dos visitantes. O presidente da OAB-RS, Cláudio Lamachia, afirmou que a situação é um desrespeito e tem como consequência o aumento da violência de modo geral. "Uma pessoa com menor potencial ofensivo, ao sair daqui, fica pior", declarou.
O vice-presidente do Cremers, Fernando Matos, contou que os detentos doentes ficam junto aos sadios, o que gera proliferação das enfermidades. O médico acredita que o número de tuberculosos (119) e de portadores de HIV (90) informados pela direção do presídio seja maior. Conforme Matos, a superlotação, comum a hospitais e penitenciárias, é decorrente de má gestão.
Na quarta-feira, o Crea-RS e o Cremers devem apresentar laudos sobre a vistoria. A partir disso, a OAB-RS vai decidir as medidas legais a serem tomadas. Atualmente, 4,6 mil homens estão presos no local.
O juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) Sidinei Brzuska avaliou que a solução para desafogar o Central é não deixar entrar outros presos e construir presídios menores. A partir de 1º de maio, criminosos já condenados serão proibidos de ingressar no local. “Com essa medida, esperamos que, até o final do ano, tenhamos 200 presos a menos. Num prazo mais longo, o Presídio Central só teria presos primários”, afirmou.
De acordo com o magistrado, os problemas constatados pelas entidades que visitaram a casa prisional, que é conhecida como a pior do Brasil, já eram conhecidos. “Há risco de incêndio por causa dos gatos na rede elétrica e de água", contou.