Internações em leitos de UTIs no RS atingem maior nível desde início da pandemia

Internações em leitos de UTIs no RS atingem maior nível desde início da pandemia

Pela primeira vez, mais da metade dos pacientes internados são de casos confirmados para a Covid-19

Felipe Samuel

Pela primeira vez, mais da metade dos pacientes internados são de casos confirmados para a Covid-19

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Um dia após a confirmação da manutenção do sistema de cogestão, que permite flexibilização dos protocolos estaduais, o Rio Grande do Sul registrou, nesta terça-feira, 87% de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), maior índice desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Pela primeira vez, mais da metade dos pacientes internados no Estado são de casos confirmados para a Covid-19. Dos 2.343 pacientes em estado grave, 1.198 (51,1%) tinham diagnóstico positivo para a doença, o que representa aumento de 52,22% em comparação com duas semanas atrás, quando 787 pacientes com Covid-19 ocupavam leitos de UTIs.

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o número de internações relacionadas à Covid-19 em leitos clínicos e em UTIs quase dobrou em um mês, passando de 2.383 - em 24 de janeiro - para 4.369 até o início da noite de hoje. Com avanço da doença em todo Estado, o sistema de saúde da Capital também registrava lotação total em sete hospitais e recorde de internações em UTIs desde o início da pandemia, com 782 pacientes em estado grave e lotação de 96,31%. Do total, 382 tinham diagnóstico da doença, o que representa aumento de 39,41% em relação a duas semanas atrás, quando 274 pacientes estavam internados com Covid-19.

Outras 49 pessoas com diagnóstico suspeito seguiam em estado grave. Dos 846 leitos operacionais, restavam apenas 30 livres, uma vez que 34 estavam bloqueados. Dos 17 hospitais monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sete operavam com capacidade máxima: Moinhos de Vento, São Lucas, Mãe de Deus, Vila Nova, Pronto Socorro, Independência e Restinga. O retrato da disseminação da doença na Capital também refletia no atendimento em outros sete hospitais, que apresentavam taxa de ocupação das UTIs superior a 90%.

Com pronto-atendimentos lotados, Simers cobra providências da prefeitura

O Sindicato Médico do RS (Simers) divulgou nota, nesta terça-feira, em que defende atenção à situação do atual momento e com os casos da UPA Moacyr Scliar, que hoje registrava superlotação de pacientes Covid-19. O presidente da entidade, Marcelo Matias, pediu que a prefeitura tome 'providências emergenciais' para evitar falta de insumos e proteção aos profissionais da saúde.

A recomendação da entidade ao município ocorreu após reunião de Matias com o secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta. A entidade destacou a situação dos locais de atendimento dos casos de Covid-19 na Capital. De acordo com o Simers, o secretário explicou sobre a negociação da SMS para a transferência de 14 pacientes que estão entubados nas UPAs da cidade, sendo quatro na UPA Moacyr Scliar, para leitos de UTI em outras instituições.

Matias reiterou que o Simers está atento na busca de alternativas para as diferentes demandas que chegam à entidade e pediu que a população colabore, mantendo o uso de máscaras, álcool gel e evitando aglomerações. "A entidade está à  disposição dos médicos 24 horas por dia em caso de necessidade", ressalta. Conforme Matias, a expectativa é que a situação melhore nos próximos dias com a abertura de novos leitos no Hospital Porto Alegre e no Beneficência Portuguesa.


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