Internautas driblam a distância no Dia das Mães

Internautas driblam a distância no Dia das Mães

Leitores do Correio do Povo que vivem longe de casa postam vídeos de homenagens. Confira e participe!

Karina Reif/Correio do Povo

A união entre mãe e filha supera a distância

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Nada mais reconfortante do que um colo de mãe, certo? Nem sempre. Pois muita gente vive a quilômetros - alguns a milhares deles - da sua mãe e faz da internet um meio rápido de matar a saudade e buscar "aconchego". E, para comemorar o Dia das Mães, que é neste domingo, internautas que vivem em outros estados, países ou até mesmo continentes, enviaram ao Correio do Povo vídeos com homenagens a essas pessoas tão especiais.

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Dias parecem anos

A professora de educação física Daiana Oliveira de Paula, 30 anos, já mora há três anos na Itália, mas ainda não se acostumou a viver longe da mãe Neusa, de 58 anos. Neste ano, as duas passarão mais um Dia das Mães longe uma da outra. Elas matam a saudade apenas uma vez por ano quando a filha vem a Porto Alegre de férias, ou quando a mãe vai a Bolonha. No intervalo das visitas, se comunicam pela internet. “Quando decidi viver na Itália, minha mãe começou a aprender a usar a internet. Nos falamos sempre por MSN ou por e-mail, mas gosto de ligar para ela também”, explica.

A família Baumhardt, no entanto, já aprendeu a conviver com a distância. A mãe Verônica, 62, explica que ela e os filhos estão sempre próximos. “Na verdade, o Dia das Mães é mais consumismo. Não é isso que faz a gente demonstrar mais ou menos amor”, reflete. Atualmente é o primogênito, Victor, de 28 anos, quem mora longe - está em Salvador (BA) desde janeiro -, mas os filhos Virgínia, 26, e Vinícius, 25, também já viveram em lugares diferentes. Em 2008, um estava na Inglaterra e o outro na Irlanda.

Além dessas separações, houve mais duas. Na primeira, Verônica ficou três meses no Canadá, em 1992. “Mas o Vini jura que foi um ano. Eles sentiram muito e eu também. Fazia um calendário e riscava dia por dia”, conta. Na segunda vez, ela ficou dois anos nos Estados Unidos (2004 e 2005). Agora vive em Porto Alegre, perto dos dois mais jovens. Neste domingo, Verônica conta que aproveitará para inventar novas receitas para os filhos.

Embora acostumado a passar o Dia das Mães à distância, Victor terá um domingo sem muitas alegrias. “É um momento em que toda a família se reúne, então eu fico um pouco triste por ficar de fora”, conta. Entretanto, encontrou uma maneira de se aproximar da família no dia de hoje. Fez um vídeo para a sua mãe, mostrando o lugar onde mora:






Telefone e skype são aliados para matar a saudade

Assim como Daiana, Victor e outros quase 4 milhões de brasileiros que moram foram do País, o engenheiro mecânico Fernando Gil de 25 anos mora longe de casa. Ele está desde setembro de 2009 em Barcelona, onde faz mestrado. A mãe Elaine, 53 anos, vive em Caxias do Sul. Ela passará o Dia das Mães com os outros dois filhos Ricardo e Juliana, que voltou de Sevilha em fevereiro. “Minha mãe teve um ano difícil com relação à distância dos filhos”, conta.

“A gente tenta manter o contato por telefone e Skype [ferramenta online que permite conversas de voz, por meio de microfone]. A maioria das ligações ocorre antes, no intervalo ou logo depois dos jogos do Inter, porque ela sabe que eu vou estar na internet acompanhando. Acho que é quando ela mais sente a minha falta, já que era rotina nossa ver os jogos sempre juntos - ela, meu pai e eu”, explica Ferando.

A jornalista Anelise Beltrão, 32 anos, consegue ver a mãe com mais frequência. Desde agosto, Ivanize já foi ao Rio de Janeiro, onde a filha foi viver com o marido Raphael, três vezes. “Ela não aguenta de saudade”, conta Anelise. Mesmo assim, ela sente muita falta das conversas diárias: “Todo o dia, depois do trabalho, a gente sentava na sala, fazia um chimarrão e começava a contar sobre o dia. Era uma verdadeira terapia.” Como não podem mais conversar ao vivo, elas matam a saudade pelo telefone. “Preferimos assim. Sem hora marcada, quando dá vontade a gente liga.”

Mas Anelise preparou uma surpresa para a mãe Ivanize. Confira o vídeo:







Distância faz mães conhecerem o mundo virtual

Assim como Anelise, a jornalista Angélica Beck, 25 anos, mora no Rio de Janeiro, onde trabalha em uma produtora de vídeo. Antes de ir para lá, ela estava na China e a mãe, Goreti, – vivendo em Sapiranga – quase não consegue aguentar a falta das filhas. “Minha irmã mais velha, de 32 anos, Rosane, mora há 12 anos no Rio”, explica Angélica. “Somos muito próximas, mas meu sonho profissional falou mais alto, então acabei me mudando”, completa. A distância é amenizada pela internet: “Desde que fui viajar, ela se obrigou a aprender a mexer no computador para podermos falar no skype.”

A nutricionista Áurea Nagel Oliveira, 29 anos, foi para Orlando, nos Estados Unidos, em 2004 para estudar inglês e não voltou mais. “Gostei da cidade, do clima, da segurança, me apaixonei e resolvi ficar.” Mas a falta de convívio não é fácil. “Sempre fui muito apegada a minha mãe e sofri muito no início, porém falo com ela todos os dias pelo telefone, pelo menos duas vezes ao dia”, conta. “Conversamos muito por MSN também.” Mesmo com a vida estabilizada no exterior, Áurea conta que sempre há uma pontinha de tristeza. “A saudade da minha mãe às vezes me deixa muito triste.” Por isso, ela tenta rever a família ao menos duas vezes ao ano.

Há três anos morando longe, o que Veronica Torres, 35 anos, sente mais falta é do “colinho e da comidinha da mamãe”. Mas as conversas são mantidas através da internet. Ela e a mãe Sandra Torres, 60, que mora em Tramandaí, usam vídeo chat, MSN e skype para se comunicar. “Esses artifícios acabam satisfazendo a saudade visual”, explica. Atualmente, ela mora em Santiago do Chile, mas já viveu também nos Estados Unidos.

Além do vídeo que ela fez e enviou ao Correio do Povo, o presente para o Dia das Mães foi um computador e um curso de informática para facilitar o contato entre as duas. Como sua mãe ainda não aprendeu a usar a internet, neste domingo elas ainda precisarão do auxílio dos outros familiares para Veronica felicitá-la. Confira o vídeo da Veronica:







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