Internos da Fase têm aulas sobre direito dos trabalhadores

Internos da Fase têm aulas sobre direito dos trabalhadores

Até quinta-feira, 50 adolescentes passarão pelo programa promovido pela Justiça do Trabalho

Karina Reif / Correio do Povo

Internos da Fase têm aulas sobre direito dos trabalhadores

publicidade

Dezenas de internos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), com idades entre 15 e 17 anos, aprenderam sobre os direitos e as relações de trabalho nesta segunda-feira, em Porto Alegre. Até quinta-feira, 50 jovens devem passar pelo Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC), promovido pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV).

Segundo a coordenadora do projeto, a juíza Carolina Gralha Beck, o curso aborda vários assuntos, principalmente os direitos e deveres dos empregados. “Esses jovens já estão marginalizados e essas atividades contribuem para que eles possam voltar a se integrar”, explicou. Em agosto, havia ocorrido a primeira etapa do TJC, quando 99 servidores foram capacitados.

Para a presidente da Fase, Joelza Mesquita Andrade Pires, as aulas mostram que o interno faz parte da sociedade, mesmo privado da liberdade. “Estamos dando a oportunidade que ele não teve lá fora”, disse. Ela ressaltou que o
programa ocorre paralelamente à aplicação do Jovem Aprendiz dentro da fundação, o qual proporciona cursos patrocinados por empresas aos adolescentes. Cada participante recebe meio salário mínimo e tem a carteira profissional assinada. Na opinião dela, os projetos auxiliam os internos a se sentirem parte da comunidade novamente e a diminuir a reincidência nos delitos.

O curso é voltado para jovens da Internação Provisória, da Internação Sem Possibilidade de Atividade Externa e da Internação com Possibilidade de Atividade Externa. Ao final de cada aula, ocorre uma apresentação teatral feita por um grupo de servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) para ilustrar o que foi abordado nas atividades e no dia 14 de dezembro está prevista uma comemoração de encerramento.

O presidente da Amatra, Daniel Souza de Nonohay, destacou que o TJC começou a ser aplicado em Santa Maria e está percorrendo o estado. Entre o público, estão estudantes de colégios da rede pública e privada, além dos
jovens infratores. “Nesse caso, queremos mostrar que o juiz não serve só para prender, mas também para estender a mão”, salientou. Ele acrescentou ainda que a associação está trabalhando para oferecer cursos para favorecer o trabalho assistencial.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895