Irmão de uma das vítimas na ERS 030 contraria versão do motorista

Irmão de uma das vítimas na ERS 030 contraria versão do motorista

Testemunha disse que ônibus estava atrasado

Karina Reif

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O irmão da dona de casa Teresinha Antônia Augustin, de 52 anos, vítima do acidente com ônibus na ERS 030 nessa terça-feira disse que estava demorando mais do que o normal para ela chegar em Glorinha. Por isso, Marcos Antônio Ferreira, de 45 anos, telefonou e acabou ouvindo gritos em decorrência do tombamento do coletivo. O testemunho dele contradiz a versão do motorista, que disse em depoimento, que estaria dentro do horário.

O veículo da Unesul saiu pontualmente da Estação Rodoviária de Porto Alegre, às 12h, conforme a Veppo, administradora do terminal. A previsão de chegada em Tramandaí era 15h15min. A empresa de ônibus foi procurada pela reportagem, mas até o início da tarde não havia informado se o coletivo estava atrasado.

“Quando liguei para a minha irmã, comecei a ouvir os gritos”, disse Ferreira. Ele e o marido da vítima saíram de Glorinha e percorreram a ERS 030 até encontrar o ônibus tombado na estrada. “Estavam todos machucados, mas não quis tentar tirar ninguém, porque fiquei com medo fazer um procedimento errado. Então fiquei próximo acompanhando o trabalho de socorro”, contou o pedreiro.

Teresinha era dona de casa e havia ido para Gravataí na tarde de terça-feira para resolver assuntos pessoais. Ela morava em Glorinha com marido Joel, tinha três filhas e um neto de dois anos. “A última vez que vi minha mãe, ela estava feliz, cheia de planos”, relatou uma das filhas, Gisele, 27 anos. As irmãs dela, Gislaine e Gésia, de 32 e 24, acompanharam todo o velório, no Cemitério Municipal de Gravataí, muito emocionadas. Ambas não conseguiram falar com a imprensa.

A cunhada Iara Ferreira, 53 anos, salientou que Teresinha costumava se deslocar de moto, mas, como a estrada é perigosa, preferiu pegar um ônibus. “A dor é muito grande. Ela era uma pessoa correta, gostava de viver”, declarou, dizendo que espera que o motorista do coletivo seja responsabilizado.

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