Jovens carentes comemoram aniversário de Porto Alegre no 4°RPMon

Jovens carentes comemoram aniversário de Porto Alegre no 4°RPMon

Crianças e adolescentes aproveitaram o dia conhecendo e brincando com animais do 1° BPChoque e 4°RPMon

Franceli Stefani

Contato com os animais foi de encanto e surpresa para os pequenos

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A segunda-feira foi especial para cerca de 40 crianças e adolescentes do Centro Social Gianelli e da Oficina do Pão, ambos localizados na região do Centro de Relações Institucionais e Participativas (Crip) Glória.

Dentro das comemorações dos 247 anos de Porto Alegre, o grupo passou a tarde no 4º Regimento de Polícia Montada (4º RPMon), o Regimento Bento Gonçalves. Eles puderam andar a cavalo, conhecer a rotina dos policias que trabalham com os animais e o funcionamento do quartel. A convite do regimento, o Canil do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1º BPChoque) fez uma apresentação especial para os visitantes.

Encanto e surpresa

O contato com os animais foi de encanto e também surpresa para os pequenos. Curioso para se aproximar dos cavalos, Marcos Vinícius Bento Paiva, 7 anos, pulou nos braços do comandante do 4º RPMon, o tenente-coronel José Carlos Pacheco Ferreira, para montar no Trovão. “Nossa, que legal. Quero correr com ele”, dizia o pequeno, enquanto o animal era guiado pela soldado Jordana Sarturi. Com os olhos brilhando e um sorriso largo, não queria mais descer: “Eu gostei muito do lugar. Quando eu crescer quero ser igual a eles e trabalhar aqui.” 

A mesma alegria teve Keller Gabriel Nunes, 7, que nunca esteve tão perto de um animal “tão grande”. Segundo ele, a experiência ficará sempre guardada em sua memória. “Ele é imenso, estou ansioso para montar. Não tenho medo nenhum”, garantiu.

Enquanto muitos alisavam os cavalos, o visitante Douglas Michael, 7, se encantou com o Rottweiler Will, levado pelos policiais do 1º BPChoque. “Ele é muito bonito”, dizia, enquanto tentava controlar o “amigão” pelo pátio do quartel. Deu certo, com auxílio dos policiais, pode dar algumas voltas pelo pátio. 

Enquanto isso, a Ana Paula Dornelles, 11 anos, ficou com medo logo que viu os cães. Depois, tomou coragem e afagou um a um. “Gostei muito de estar aqui e conhecer um pouco mais do trabalho deles. Quando vi o Will falei ‘meu Deus’, pelo tamanho, mas era só aparência, ele é muito querido.”

Experiência planejada

O momento, de acordo com o gestor do Crip Glória, Marcelo Centeno, foi pensado para proporcionar uma experiência diferente para as crianças e adolescentes. “Sou próximo do mundo do cavalo e tenho muitos amigos aqui no regimento, então tivemos a ideia de trazer as pessoas da nossa região para conhecerem”, expressou. 

A maioria deles moram em zonas de conflito da região e a visita serviu também para conhecer o outro lado da polícia. “Muitas vezes eles conhecem o lado opressor da polícia, mas esse é apenas um lado. Há todo um trabalho por trás”, destacou. De acordo com ele, valeu a pena cada experiência. “A resposta é o sorriso deles, toda essa alegria é transmitida para nós.” 

A gestora de Democracia Participativa do Centro, Vânia Severo Barbosa, frisou a importância deles verem como funciona a hierarquia e a disciplina dentro do quartel.

Como funciona o trabalho

Enquanto acompanhava as atividades programadas, o comandante do regimento falou sobre a importância de abrir as portas do regimento à comunidade e a vontade de reativar os trabalhos de equoterapia, que eram feitos há alguns anos na unidade. “Estamos em busca de parceiros para reativar esse serviço que era feito aqui, inclusive estamos conversando com o Instituto Floresta”, detalhou. 

Conforme ele, o contato dos pequenos de 7 anos, até os maiores, os adolescentes de 14, é importante para entender como funciona o trabalho dos militares. “Aqui eles podem conhecer outro lado. A ideia é quebrar o gelo. Durante essa tarde eles puderam aproveitar o sol, andar com nossos cavalos, assistir a apresentação do Canil. Tenho certeza que marcou para eles e também mudou olhares.”


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