Juiz nega liberdade e diz que ativistas são "black blocs" da "esquerda caviar"
Magistrado reafirmou tese de que professor e servidor público levavam artefatos explosivos
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Na decisão, o juiz relatou que depoimentos mostram que Lusvarghi e Harano foram flagrados portando artefatos explosivos. "As imagens indicam que os acusados possuíam liderança e comando sobre a massa de alineados, sendo que há depoimentos consistentes que apontam que em poder dos mesmos foram apreendidos artefatos explosivos/incendiários, de modo que presentes estão os indícios suficientes de autoria", disse.
De acordo com o juiz, o grupo black blocs, "atenta contra os Poderes Constituídos, desrespeitando as leis, os policiais que tem a função de preservar a ordem, a segurança e o direito de manifestação pacífica, além de, descaradamente, atacarem o patrimônio particular de pessoas que tanto trabalharam para conquistá-lo, sob o argumento de que são contra o capitalismo". Ele também foi irônico sobre a condição econômica. "Usam tênis da Nike, telefone celular, conforme se verifica das imagens, postam fotos no Facebook e até utilizam de uma denominação grafada em língua inglesa, bem ao gosto da denominada 'esquerda caviar'", escreveu.
Laudo do Instituto de Criminalística (IC) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM) de São Paulo aponta que os objetos encontrados com os dois detidos não eram explosivos.
Lusvarghi e Harano estão detidos desde o dia 23 de junho. Com base no inquérito policial, o Ministério Público denunciou Lusvarghi de incitação ao crime, associação criminosa armada, resistência e posse de artefato explosivo. A pena mínima para esses crimes é 14 anos e seis meses de prisão. Harano foi denunciado por incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. Se condenado, a pena pode chegar a 13 anos de prisão. Os dois alegam ser inocentes.
Mais cedo, o advogado dos ativistas, Luiz Eduardo Greenhalgh, argumentou que “as acusações são inconsistentes. O que havia de mais forte, a acusação de porte de material explosivo, agora está sendo refutada pela própria polícia”.