Lanceiros Negros percorrem as ruas de Porto Alegre
Cavalarianos passaram por pontos marcantes para história do negro no RS
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Buscando preservar a cultura, a homenagem do piquete é pela memória dos lanceiros negros que foram trucidados em 14 de novembro de 1844 por tropas federais, após ordem de David Canabarro. “Nós estamos na luta pela preservação da participação do Negro na tradição gaúcha. A música gaudéria, a comida farrapa e a lida no campo têm traços da cultura negra. São elementos que devem ser destacados nesta semana da Consciência Negra”, explicou o patrão do piquete Luiz Centeno, o “Negro Centeno”, de 58 anos.
O piquete Lanceiros Negros não faz distinção de raça, misturando brancos e negros que preservam a cultura gaúcha e a tradição da raça Negra. “Desde o Massacre do Porongo, quando o general David Canabarro mandou desarmar a tropa de Lanceiros Negros, e que foram trucidados pelos federados. Tudo para não dar liberdade aos negros da tropa, que era o combinado antes da Revolução Farroupilha”, argumentou Centeno.
Funcionário público, Centeno destacou pontos da Capital marcantes para a história dos negros. “Passamos pela Largo da Forca, que hoje é a Praça Brigadeiro Sampaio, onde os escravos mortos ficavam dependurados pelo menos dois dias para mostrar aos escravos o que acontecia se tentassem fugir. E também pela Igreja das Dores, onde havia um pelourinho para castigar os escravos. Ali, o negro Jósimo morreu e amaldiçoou a igreja, que jamais seria concluída se ele fosse inocente”, relatou o patrão.