Lancheria do Parque foi interditada no dia do aniversário, lamenta proprietária

Sócia desde a inauguração da Lancheria do Parque, que entrou em atividade em Porto Alegre em 1982, Inês Salton foi surpreendida na tarde dessa segunda-feira quando seis agentes da Vigilância Sanitária do município quebraram a rotina do estabelecimento localizado no bairro Bom Fim. A inspeção, provocada a partir de uma denúncia anônima, terminou com a suspensão do restaurante no dia do aniversário de 34 anos.

"Recebi com muita surpresa a visita deles e fiquei surpreendida pela maneira com que foi feita. Acredito que a Vigilância Sanitária poderia ter dado um dia para a gente antes de realizar a inspeção. Fechamos no dia do aniversário da Lancheria do Parque. Imagina a quantidade de mercadoria que recebemos e que acabou indo para o lixo", lamentou em entrevista ao site do Correio do Povo nesta terça-feira. 

Conforme a denúncia, feita pelo telefone 156, havia sujeira no local. Inês discordou do cliente anônimo. "A maioria dos produtos estava de acordo. Quem cozinha sabe que a gordura das comidas permanece no local e não há como deixar limpo a todo instante. Além disso, as comidas estavam com as temperaturas certas, assim como os pães. Tudo estava no prazo de validade", argumentou. 

Inês disse que na manhã desta terça uma equipe de 20 funcionários realiza uma limpeza na lancheria e algumas alterações que foram solicitadas pela Vigilância Sanitária. A intenção da proprietária é voltar às atividades até quarta-feira, embora isso dependa de uma nova visita dos agentes. "Por mim voltaria hoje, mas a gente sabe como é a prefeitura. Acho que a vigilância deveria ajudar os comerciantes. Eu sei o que estou vendendo para os meus clientes. Nunca tínhamos sido suspensos em todos esses anos", relatou.  

Vigilância Sanitária relata acúmulo de gordura em equipamentos 

Consultada sobre a situação da Lancheria do Parque, a assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária de Porto Alegre relatou que o estabelecimento pode voltar a funcionar a qualquer momento e depende apenas do cumprimento das exigências e de uma nova visita de uma equipe de vigilante. 

A agente em vigilância sanitária Naiara Poleto, que participou da inspeção na Lancheria do Parque, afirmou que o local não tem uma rotina de limpeza estabelecida. "Como eles recebem muitos clientes e trabalham com muita fritura, encontramos gordura acumulada em equipamentos, como por exemplo na coifa, o que poderia causar um incêndio. Além disso, localizamos alguns produtos mal acondicionados", explicou. 

Naiara disse que é comum que clientes reclamem da presença da Vigilância Sanitária em determinados estabelecimentos. "É normal isso. As pessoas se esquecem que estamos trabalhando para a saúde delas. Por isso, nós pedimos às pessoas que nos comuniquem quando encontrarem irregularidades. Relutamos muito em suspender atividades, mas às vezes é preciso. E não há como avisar os comerciantes da nossa chegada. Não trabalhamos com agendamento prévio", resumiu.