Lei que amplia áreas de surfe leva pescadores a buscar ajuda em Brasília
Categoria avalia que 2 mil pessoas correm o risco de ficar sem trabalho
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As áreas de surfe ampliadas devem ser demarcadas em zonas urbanas, onde os pescadores historicamente criaram raízes. "Cerca de 2 mil pessoas serão prejudicadas, pois temos em torno de 700 famílias que dependem diretamente da pesca e outros que vivem indiretamente da atividade", afirmou o presidente do Fórum de Pescadores do Litonal Norte, Valdomiro Bastos Hoffmann.
Nesta quinta, Hofmann desembarcou em Brasília, onde pretende se encontrar com a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti. "A lei, na prática, extingue oficialmente nosso trabalho em áreas urbanas", protestou. Na semana passada, a superintendente da pasta no Rio Grande do Sul, Adriane Lobo, disse que pretendia procurar o Governo Tarso Genro para evitar a sanção.
"Antes de sancionar este projeto, é preciso, primeiro, avaliar o conhecimento acumulado ao longo de décadas, já que não é simplesmente colocar uma rede no mar e puxar, é necessário conhecer a maré e todas as condições biológicas. E este conhecimento não pode ser desprezado em favor de outra atividade, seja turística ou não", afirmou Adriane, na ocasião.
Entidades de surfistas defendem a proposta ao lembrar que 49 praticantes do esporte já morreram no litoral gaúcho, por terem se enroscado em redes. Tarso ainda não se manifestou sobre a reação dos pescadores. O fórum da categoria não descartou recorrer à Justiça para tentar questionar a aprovação da lei.