Linhas da Zona Sul operam com horário de domingo e causam transtornos no Centro

Linhas da Zona Sul operam com horário de domingo e causam transtornos no Centro

Alguns ônibus contrariaram ordem da EPTC e terminais ficaram lotados na manhã desta sexta-feira

Cláudio Isaías

Terminal na rua Uruguai amanheceu lotada nesta sexta-feira

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A manhã desta sexta-feira foi novamente de transtorno para os passageiros, principalmente para os residentes na zona Sul de Porto Alegre, que precisaram utilizar os ônibus na Capital. As empresas do consórcio de ônibus Viva Sul (VTC, Belém, Restinga e Trevo) contrariaram a determinação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e operaram com horário de domingo no início da manhã desta sexta-feira na zona sul de Porto Alegre. Ou seja: um ônibus por hora em cada linha, mesmo no horário de pico.

O resultado é que tanto na zona Sul da cidade quanto no Centro, os terminais de embarque amanheceram lotados como foi o caso do terminal da rua Uruguai. Os ônibus das linhas Cruzeiro do Sul, Santa Tereza, Pereira Passos, Serraria, Praia de Belas, Morada da Hípica, Belém Novo e Assunção não circularam nos horários orientados pela EPTC.

Em razão do descumprimento da determinação da Prefeitura, os agentes da EPTC estiveram nos terminais da rua Uruguai, e das avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros autuando as empresas que descumpriram o acordo de transporte público.

A técnica de enfermagem Alice Mendonça, moradora do bairro Rubem Berta, e que trabalha em Belém Novo, lamentou o atraso. “Estou há mais de 40 minutos aguardando o ônibus. Se houve mudança no horário a população deveria ter sido avisada”, ressaltou.

O atendimento emergencial acordado pela prefeitura determinava a circulação de ônibus das 4h30min até as 8h30min. Das 8h30min até as 17h, os ônibus operariam de hora em hora. A partir das 17h até as 19h30min, os ônibus voltaram a circular em tabela normal e a partir das 19h30min até 23h30min, os ônibus funcionaram de hora em hora.

O acordo entre a EPTC e a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) firmado na quinta-feira determinava que os ônibus funcionassem nos horários de pico também na sexta-feira. No entanto, algumas empresas não cumpriram o acordo e ampliaram o tempo entre um veículo e outro devido a falta de combustível, ocasionado pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil.

“Cada empresa tem uma situação em relação ao combustível, embora todas estejam com dificuldades, e não há como estabelecer um padrão de atendimento geral, considerando que a falta de diesel para algumas operadoras é ainda mais grave. Isso foi informado à EPTC. Trata-se, portanto, de uma impossibilidade de realizar a operação nos moldes orientados pelo órgão gestor. A prioridade no dia de hoje (sexta-feira) é buscar garantir a ida das pessoas até seus compromissos, no início da manhã, e a volta no final da tarde, que são os períodos mais críticos e essenciais. No restante do dia, o atendimento será realizado conforme a condição de cada empresa”, informou em nota oficial a ATP.

Denúncia

Em entrevista a Rádio Guaíba, o vice-prefeito Gustavo Paim, revelou que a administração pública recebeu denúncias em relação ao não cumprimento das medidas acertadas entre as partes na quinta-feira.“Algumas empresas da zona Sul acabaram não cumprindo, fazendo o espaçamento maior do que o estabelecido dentro da normalidade. Temos que verificar caso a caso e ver qual é a justificativa. Mas foi convencionado que teria normalidade e sabemos que houve o descumprimento. A EPTC está fiscalizando e autuando para minimizar, dentro das possibilidades, esse problema no serviço essencial de transporte público”, afirmou Paim.

Já a EPTC tem usado as redes sociais para alertar a população que o serviço essencial, nos períodos de pico, será mantido. A empresa acompanha o movimento dos caminhoneiros paralisados e também usa o estoque de combustível de forma prudente.

Na manhã de sexta-feira, as 429 lotações da Capital que atendem 31 linhas foram autorizadas a transportar passageiros em pé e a circularem nos corredores de ônibus fora dos horários de pico. O veículo com capacidade para 21 passageiros sentados transportava nove pessoas em pé.

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