Litoral Norte contabiliza efeitos da ressaca do último final de semana

Litoral Norte contabiliza efeitos da ressaca do último final de semana

Imbé registrou "pequenos danos" em vias públicas, além da sujeira nas ruas trazida pelo oceano

Felipe Faleiro

Em Imbé, vento fez com que a água quase atingisse o calçadão da orla

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A ressaca que atingiu o Litoral Norte no último final de semana causou relativamente poucos danos nos municípios da região. De acordo com o prefeito de Imbé, Ique Vedovato, a ocorrência mais relevante foi na avenida Interpraias, no trecho entre Imbé e Osório, na localidade de Imara, em que um pedaço pequeno da estrada ficou danificado. Ainda assim, segundo ele, não houve necessidade de interdição da via, que deverá passar por mudanças. Na área da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), também não houve maiores estragos. O vento invadiu as áreas de balneários de cidades como Torres, Tramandaí e Xangri-Lá.

“Tivemos algum dano material também em obra pública, especialmente em ruas que chegam próximas ao mar. Mas, pelo tamanho da ressaca, não foi nada de especialmente relevante”, afirmou Ique. Logo ao amanhecer desta segunda-feira, ainda conforme Vedovato, equipes da Prefeitura inspecionaram as áreas e utilizaram retroescavadeiras para realizar a abertura dos canais da faixa de praia, onde havia água acumulada em razão do vento que soprou de nordeste, que costumeiramente impede que ela retorne ao oceano.

Apesar das fotografias mostrarem algumas ruas alagadas, não houve pessoas desabrigadas ou desalojadas. Em alguns pontos, a água atingiu as dunas, mas naturalmente elas são recompostas pelo vento. “Esta foi apenas mais uma ressaca pela qual já passamos e ainda vamos passar”, resume o prefeito. As equipes da Administração também percorreram a orla para retirar sujeira que o mar trouxe para as vias próximas.

Os estragos só não foram maiores no litoral, de acordo com ele, porque, nos finais de veraneios, os quiosques são retirados da orla pelas prefeituras. “Se estivessem ali, certamente haveria danos às estruturas deles”. No caso da avenida Interpraias, Ique disse que a intenção dos gestores é realizar o deslocamento da via mais para dentro do continente, já que a mesma foi construída sobre a duna, e portanto é sujeita às ações do clima e às movimentações naturais da própria. 

O projeto em questão está em fase de licenciamento ambiental na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). De acordo com a MetSul Meteorologia, a ressaca marítima foi causada pelos efeitos de um ciclone que deixou o vento persistente no leste e sul do Rio Grande do Sul, e que se afastou da costa entre o RS e o Uruguai já no começo desta segunda-feira. Ainda conforme a MetSul, ciclones do tipo costumam acompanhar o ingresso de massas de ar frio de grande intensidade durante o outono, inverno, primavera e, mais raramente, no verão.


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