Litoral Norte protesta contra diminuição do policiamento

Litoral Norte protesta contra diminuição do policiamento

Primeiras áreas afetadas pela redução do reforço serão os serviços administrativos

Correio do Povo

Com menos policiamento nas ruas, sensação de insegurança aumenta para moradores e veranistas

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Moradores, veranistas e prefeitos das cidades do Litoral Norte estão inconformados com a decisão do governo de economizar e diminuir os investimentos. Os cortes no orçamento afetaram até mesmo a Operação Golfinho. Além da medida de reduzir dois terços do efetivo a partir do dia 23 de fevereiro, metade dos agentes que atuavam como reforço nas estradas estaduais retornaram para as unidades de origem esta semana.

A Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) marcou uma assembleia com todos os prefeitos da região para o dia 13 em Osório. Na pauta, estão os problemas causados pela redução da segurança e principalmente de repasses e de investimento em infraestrutura. “Em três meses, recebemos 2 milhões de pessoas”, afirmou o presidente da entidade, que é prefeito de Palmares do Sul, Paulo Henrique Mendes Lang. Conforme ele, é muito difícil para as prefeituras comportar uma população tão grande.

“Nós temos em Palmares do Sul o balneário de Quintão, onde precisamos atender na área da saúde 580 mil pessoas. O Estado havia prometido liberar R$ 140 mil para essa finalidade e até agora só veio R$ 40 mil”, disse. O prefeito reclamou ainda da fiscalização nas estradas e dos buracos nas rodovias. “Litoral não é só turismo. Temos o desenvolvimento da energia eólica e outras atividades produtivas”, salientou.

A dona de um quiosque em Mariluz disse que ficará vulnerável com a redução do policiamento a partir do dia 23. Jucélia Souza da Rosa afirmou que o número de veranistas reduz no final do veraneio e os bandidos aproveitam para assaltar. “A gente que lida com dinheiro fica preocupada”, observou. Já o proprietário de uma lancheria, também em Mariluz, contou que manteria o comércio aberto até março, mas com a notícia do término da Operação Golfinho vai fechar antes. “Vou perder de R$ 5 mil a R$ 10 mil”, ressaltou.

O prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto, destacou que, até agora, o policiamento está muito bom, mas teme um aumento da criminalidade quando houver redução do efetivo. “Nós passamos de uma população de 8 mil para 120 mil no verão”, observou. Como fica próximo à Rota do Sol, o município é alvo de bandidos que conseguem escapar com facilidade. “A nossa praia tem 27 quilômetros e os moradores, veranistas e comerciantes querem segurança”, destacou.

As primeiras áreas afetadas pela redução do reforço serão os serviços administrativos e em seguida o policiamento. Os salva-vidas serão mantidos até o final da operação. Atualmente, estão em atividade 2,6 mil servidores em áreas de segurança, policiamento e de bombeiros.

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