Lojistas de Porto Alegre aprovam restrições, mas relatam angústia com chance de fechamento total

Lojistas de Porto Alegre aprovam restrições, mas relatam angústia com chance de fechamento total

Sindilojas e CDL defendem medidas alternativas para conter a disseminação do novo coronavírus

Correio do Povo

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Os empresários que atuam no comércio de Porto Alegre avaliaram positivamente a tentativa do governo do Rio Grande do Sul de frear a disseminação do coronavírus com as medidas anunciadas nessa sexta-feira. No entanto, a categoria vive momentos de angústia com a chance de um novo fechamento total dos estabelecimentos. O Sindilojas e a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) entendem que não há condições financeiras e por isso defendem o emprego de alternativas para conter o avanço da pandemia na Capital e no Estado. 

O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, relatou que neste sábado os comerciantes irão se reunir com o prefeito Sebastião Melo com intenção de propor alternativas para este momento de crise. Ele garantiu que as medidas anunciadas ontem pelo governador Eduardo Leite foram abraçadas e serão cumpridas pela categoria, que também se compromete em reforçar a necessidade de distanciamento social. 

"Nós entendemos que o comércio, necessariamente, em função de tudo que aconteceu, precisa ficar aberto. No entanto, nós precisamos pensar em alternativas de distribuição do fluxo de pessoas, mas sem o fechamento", reiterou. "Nunca o Sindilojas, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e outras entidades deixaram de fazer campanha para a prevenção contra a Covid-19. A população precisa entender que o vírus não foi embora", acrescentou Kruse em entrevista à Rádio Guaíba. 

Kruse comentou ainda que a categoria dos lojistas está frustrada com o comportamento da população nos momentos de lazer. "Não existe a cultura da preocupação. Precisamos pensar nos outros, até porque somos uma comunidade e as pessoas precisam entender que é necessário cuidado. Os mais jovens achavam que não iriam se infectar, mas se infectam. Todos precisam fazer a sua parte e é isso que nós queremos que aconteça", completou. 

Já o presidente da CDL, Irio Piva, acredita que a categoria não pode ser prejudicada com restrição total de serviços. "Os lojistas de Porto Alegre estão vivendo um momento de angústia. O comércio não pode de novo sofrer com um novo fechamento. Estamos nas mãos do governador Eduardo Leite". Ele explicou que a saúde e a economia precisam andar juntas. "A saúde é importante assim como a economia. Não podemos mais prescindir da economia. Ela precisa funcionar. Estamos preocupados até porque o comércio já sofreu bastante", ressaltou.

Nessa sexta-feira, o governo do Estado classificou Porto Alegre como bandeira preta, no esquema de Distanciamento Controlado, o que significa alerta máximo de risco. As restrições impostas pela classificação entram em vigor na próxima terça-feira, dia 23.

Recuperação lenta 

Apesar dos bons resultados no Natal, o comércio de Porto Alegre considera que somente agora começou a cobrir os prejuízos sentidos nos primeiros meses da pandemia no Rio Grande do Sul. O crédito obtido junto ao Pronamp ainda está sendo pago. 

Ao ser questionado sobre as medidas do Piratini para conter a pandemia, o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) relatou que este é o único caminho possível para frear o contágio pelo novo coronavírus. 

*Com informações dos repórteres Aristoteles Junior e Cláudio Isaías 


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