Lojistas do Viaduto Otávio Rocha temem perda de espaço após revitalização

Lojistas do Viaduto Otávio Rocha temem perda de espaço após revitalização

Prefeitura quer estabelecer uma parceria público-privada para implantar reformas

Danton Júnior / Correio do Povo

Lojistas do Viaduto Otávio Rocha temem perda de espaço. Professora Neusa Cavedon, discutiu na Câmara os caminhos para a construção

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Na semana em que o Viaduto Otávio Rocha completa 78 anos, o passado e o presente de um dos símbolos de Porto Alegre estiveram em pauta na Câmara de Vereadores. O monumento foi o tema do período de comunicações temáticas na sessão plenária desta quinta-feira, assistida por permissionários que temem perder espaço com a intenção da prefeitura de estabelecer uma Parceria Público-Privada (PPP) para revitalizar o local.

O coordenador do Memorial do Legislativo, Jorge Barcellos, fez um resgate da história do viaduto, cuja construção foi iniciada na década de 1920, durante a gestão do prefeito que dá nome à obra. “Foi o primeiro ícone de modernidade na cidade”, afirmou. A ideia da passagem, no entanto, surgiu ainda no século XIX, quando o local era uma simples viela. “A região era local de crimes e prostituição, por isso foi objeto de reforma”, explicou Barcellos.

A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Neusa Cavedon apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2002. Naquele ano, segundo ela, nenhum folder de Porto Alegre citava o viaduto como ponto turístico. Neusa destacou que dois dos problemas detectados há oito anos permanecem: a violência e a “invisibilidade”. “Algumas pessoas não se dão conta de que ali existe um comércio”, afirmou.

O representante do projeto Monumenta da prefeitura, Pedro Vargas, explicou a diferença entre tombamento e registro de patrimônio imaterial, que é reivindicado pelos comerciantes. Com renovação a cada dez anos, ele é destinado a práticas que representam os grupos sociais.

Segundo o presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov), Adacir Flores, os cerca de 30 lojistas que atuam no local querem dialogar com o Executivo para encontrar formas de revitalizar o local, que hoje é ocupado por moradores de rua e alvo de vandalismo. "Estamos dispostos a nos reciclar, mas sem perder nossa identidade sócio-cultural", observou. A programação da semana de aniversário do viaduto segue nesta sexta-feira, às 19h30min, com uma mostra de curtas na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Um dos vídeos, Coração Solitário, teve o monumento como cenário.

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