Lojistas do Viaduto Otávio Rocha temem perda de espaço após revitalização
Prefeitura quer estabelecer uma parceria público-privada para implantar reformas
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O coordenador do Memorial do Legislativo, Jorge Barcellos, fez um resgate da história do viaduto, cuja construção foi iniciada na década de 1920, durante a gestão do prefeito que dá nome à obra. “Foi o primeiro ícone de modernidade na cidade”, afirmou. A ideia da passagem, no entanto, surgiu ainda no século XIX, quando o local era uma simples viela. “A região era local de crimes e prostituição, por isso foi objeto de reforma”, explicou Barcellos.
A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Neusa Cavedon apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2002. Naquele ano, segundo ela, nenhum folder de Porto Alegre citava o viaduto como ponto turístico. Neusa destacou que dois dos problemas detectados há oito anos permanecem: a violência e a “invisibilidade”. “Algumas pessoas não se dão conta de que ali existe um comércio”, afirmou.
O representante do projeto Monumenta da prefeitura, Pedro Vargas, explicou a diferença entre tombamento e registro de patrimônio imaterial, que é reivindicado pelos comerciantes. Com renovação a cada dez anos, ele é destinado a práticas que representam os grupos sociais.
Segundo o presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov), Adacir Flores, os cerca de 30 lojistas que atuam no local querem dialogar com o Executivo para encontrar formas de revitalizar o local, que hoje é ocupado por moradores de rua e alvo de vandalismo. "Estamos dispostos a nos reciclar, mas sem perder nossa identidade sócio-cultural", observou. A programação da semana de aniversário do viaduto segue nesta sexta-feira, às 19h30min, com uma mostra de curtas na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Um dos vídeos, Coração Solitário, teve o monumento como cenário.