Lotação em emergências do SUS reflete nas instituições privadas

A tradicional superlotação das emergências hospitalares e o fechamento de setores do Complexo Hospitalar da Santa Casa afetaram, nesta sexta-feira, o serviço privado em Porto Alegre. O Hospital Mãe de Deus, por exemplo, anunciou, nesta manhã, a suspensão de atendimento para novos pacientes, já que opera na capacidade máxima. Em alguns momentos, o tempo de espera chegou a seis horas na instituição.

O Ernesto Dornelles, que também atende por convênios, anunciou a restrição no recebimento de pacientes. Somente os casos graves foram recebidos nesta manhã e o tempo médio de espera variava entre três e cinco horas.

Enquanto isso, as maiores unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Clínicas e no Conceição trabalhavam com quase o triplo da capacidade original. As quatro emergências do Complexo Hospitalar da Santa Casa, sendo duas do SUS e duas de convênios, deverão ser reabertas apenas neste sábado, a partir das 18h. Elas foram fechadas às 12h de quarta-feira passada para serviço na rede elétrica feito pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Com isso, houve reflexo direto nas outras instituições.

No Hospital de Clínicas, onde há 49 leitos, estavam em atendimento 111 pacientes nesta manhã. Na ala pediátrica, a situação não era diferente. Para nove leitos, havia 19 crianças. Com a intensa procura, muitas pessoas aguardavam em macas e cadeiras no corredor. A grande maioria dos pacientes é de idosos e com doenças que acabam sendo agravadas no inverno.

A procura também era intensa, nesta manhã, no Hospital Conceição, na zona Norte de Porto Alegre. Mais de 150 pacientes ocupavam lugar para 50. No Hospital da Criança Conceição, que tem 12 leitos, apenas quatro estavam ocupados e o tempo médio de espera era de cerca de uma hora.

Já no Hospital Fêmina, que também integra o Grupo Hospitalar Conceição, dos três leitos disponíveis todos estavam vazios.