Mães de autistas lamentam decisão do STJ e pretendem recorrer

Mães de autistas lamentam decisão do STJ e pretendem recorrer

Grupo protestou em frente ao TJ, em Porto Alegre

Giullia Piaia

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A discussão em torno da votação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) sobre o rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já estava causando protestos em todo o País durante os últimos meses. Com a decisão favorável ao rol taxativonesta quarta-feira, diversos grupos manifestaram o sua indignação com o resultado da votação.

Em Porto Alegre, durante a votação, um grupo de mães de crianças dentro do Transtorno do Espectro Austista (TEA) protestou em frente ao Tribunal de Justiça. 

Érika Rocha, presidente do Projeto Angelina Luz e mãe de uma menina com TEA, esteve presente na manifestação e diz que diversos grupos já planejam recorrer à decisão. "A gente já estava esperando essa decisão, já temos os documentos para entrar com recurso imediatamente", explica. A ativista julga que a decisão é incostitucional e terá de ser revista pelo Supremo Tribunal Federal. 

"A única chance que as pessoas com autismo têm de se desenvolver, buscar dignidade e independência, é através de terapias especializadas. Mesmo com o rol exemplificativo, os planos já não cobriam e tínhamos que recorrer judicialmente para ter acesso a essas terapias", relata Érika. "As crianças com AME (Atrofia Muscular Espinhal) dependem de um medicamento que é o mais caro do mundo. As famílias conseguiam acesso a ele por via judicial. Essas crianças vão nascer condenadas à morte."

Com o rol taxativo, Érika e muitos outros grupos que representam usuários de planos de saúde afirmam que pacientes ficarão desamparados e serão obrigados a recorrer ao SUS. "Esse vai ser o maior colapso do sistema de saúde do nosso país. Essa decisão veio mostrar para a gente que, ao contrário do que falam, a vida tem preço sim. Hoje ficou claro esse preço. Quem não tem condições de pagar particular está de mãos atadas", lamenta.

"Essa é uma luta de todos nós, meu projeto é voltado ao TEA, mas isso impactará a todos nós, eu, você, nossos pais, nossos filhos", advoca.

 


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