México revisa para 48 número de mortos na passagem do furacão Otis
Contagem das vítimas tem sido lenta, pois o furacão colapsou os serviços de telecomunicações e energia elétrica
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Subiu para 48 o número de vítimas fatais do devastador furacão Otis, no porto mexicano de Acapulco, depois de terem sido confirmadas mais cinco mortes em Coyuca Benítez, vizinha a Acapulco, neste domingo, 29.
Este é o primeiro balanço divulgado de municípios vizinhos à cidade portuária turística, com cerca de 780 mil habitantes e onde ainda são contabilizados os mortos e a maioria dos danos materiais.
O governo federal detalhou, em um comunicado, que o número de desaparecidos diminuiu para seis, depois de o estado de Guerrero, onde fica Acapulco, informar que eram 36.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou que estará em Acapulco neste domingo.
A contagem das vítimas tem sido lenta, pois o furacão colapsou os serviços de telecomunicações e energia elétrica, que são restabelecidos gradualmente durante o fim de semana.
Vários veículos de comunicação reportaram a descoberta de supostos corpos em diferentes pontos da cidade.
Pedidos de ajuda
Otis, que atingiu Acapulco na madrugada de quarta-feira como furacão de categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, também causou um rastro de destruição nesta cidade de quase 780.000 habitantes e que vive do turismo, deixando-a praticamente em ruínas.
"Estamos avançando na distribuição da ajuda humanitária, em fornecer o apoio pertinente e avançar na restauração dos serviços", escreveu Salgado na rede social X (antigo Twitter).
Depois da passagem de Otis, lojas e supermercados foram saqueados por moradores, desesperados por conseguir alimentos e água, embora também tenham sido registrados roubos de artigos diferentes.
A ajuda do governo e de organizações privadas começou a ser distribuída na tarde de sexta-feira, depois de o aeroporto de Acapulco ser habilitado. O tráfego nas rodovias vem sendo restabelecido pouco a pouco.
No entanto, o processo é lento e em muitos setores, moradores pedem ajuda e se organizam para limpar os destroços de suas lojas e casas.
"Não vimos nada das autoridades, venham nos ajudar", disse à AFP Miguel Antraca, 60 anos, que foi a uma região de praia para ver o seu pequeno negócio em ruínas.
Ele já passou por outros ciclones, mas nenhum comparado a este. "Isso é um desastre. Isso nunca aconteceu antes, os furacões foram menores", diz ele.
Contrariando todas as previsões e quebrando recordes, Otis passou de uma tempestade tropical a um poderoso furacão de categoria 5 em cerca de seis horas, pouco antes de atingir a costa.
Normalmente cerca de 24 horas são suficientes para que empresas, casas, hotéis fiquem protegidos e os moradores consigam comida e água, mas o ineditismo da velocidade desse furacão pegou meteorologistas e autoridades de surpresa.
Na mesma região, Eva Luz Vargas, 45 anos, juntou-se aos vizinhos para limpar a destruição. Às vezes, ela parece alegre, mas sua voz a deixa triste quando pensa no amanhã porque vende produtos para turistas e seu marido é pescador.
"Queremos que o governo nos ajude porque a verdade é que está tudo muito feio", afirma.
Segundo a consultoria Enki Research, especializada em catástrofes naturais, Otis causou danos estimados em cerca de 15 bilhões de dólares (pouco mais de 75 bilhões de reais).