Maioria das capitais não teve queima de fogos na festa da virada

Maioria das capitais não teve queima de fogos na festa da virada

Em Porto Alegre, por exemplo, não houve fogos de artifício para o público na Orla do Guaíba

André Malinoski

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A maioria das capitais brasileiras não promoveu queima de fogos de artifício na virada do ano. Em função da presença do vírus da Covid-19, além da variante ômicron, as prefeituras das cidades optaram por festas mais comedidas e, em alguns casos, até por não comemorarem o Ano-Novo.

Em Porto Alegre, por exemplo, não houve fogos de artifício para o público na Orla do Guaíba. Mesmo assim, bastante gente esteve no entorno da Usina do Gasômetro, para brindar com espumantes ao lado de amigos e familiares o ano de 2022. Os jovens aproveitaram para andar de skate na pista nova e algumas pessoas passearam pelos espaços revitalizados até o dia clarear. Poucos fogos foram vistos no céu da Capital, inclusive em locais onde sempre havia comemorações em tempos anteriores ao novo coronavírus. O silêncio foi a marca registrada em muitos bairros.

Em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde o Réveillon é um verdadeiro acontecimento todos os anos, a festa foi mais discreta do que em outras ocasiões. Não foi instalado palco nem ocorreram shows, e a música vinha das caixas de som no alto dos postes. Foram 10 pontos de queima de fogos na cidade. Na própria praia de Copacabana, balsas lançaram 14 toneladas de fogos, em um espetáculo pirotécnico de 16 minutos. Na areia, as pessoas tinham espaço para circularem, o que não acontecia em festas recentes antes da pandemia. Choveu um pouco e os visitantes aproveitaram para pularem as sete ondas e depositar flores no mar com pedidos para o ano que iniciava. Quatro pessoas foram esfaqueadas durante a virada, sendo que todas já receberam alta. Houve arrastões e os criminosos roubavam especialmente colares e celulares de quem estava tirando fotos dos fogos. Seis homens foram presos e dois adolescentes apreendidos, conforme informou a Secretaria de Estado de Polícia Militar.

Com a festa cancelada, São Paulo foi outro exemplo de como os riscos de propagação da Covid ainda preocupam as autoridades. As pessoas foram para a avenida Paulista, onde sempre ficam concentrados os shows e a queima de fogos, para apenas passearem, tirarem fotos e festejarem a troca de ano no calendário. No cruzamento da Paulista com a rua Augusta, muitos acenavam e pulavam vestidos de branco. A cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi a única da Baixada Santista que contou com queima de fogos e shows na virada de ano. Os fogos iluminaram o céu por 22 minutos, sem ruídos, em quatro pontos na faixa de areia dos bairros Real, Caiçara, Tupi e Forte. As 10 arenas receberam programação especial.

A única capital do país com shows e fogos no céu foi Boa Vista, em Roraima. Dezoito bandas em três palcos garantiram a animação no Parque Anauá. Já no Recife foi realizada a queima de fogos mais longa, com 17 minutos. Porém, ao contrário do prometido pela prefeitura da cidade pernambucana, não foram usados fogos silenciosos. Os presentes registraram as imagens tirando fotos e trocando abraços e felicitações.

Em Salvador, para evitar a aglomeração das pessoas, a prefeitura escondeu onde haveria a queima de fogos nos 21 pontos da capital baiana. A decisão deu certo, pois assim os presentes ficaram dispersos durante o evento. Em Brasília, aconteceu algo semelhante. Os seis minutos de queima de fogos aconteceram na Esplanada dos Ministérios. E o público só ficou sabendo em cima da hora. No Rio Grande do Norte, em Natal, a concentração ocorreu na Ponte Newton Navarro com 12 minutos de fogos iluminando o céu. Já em Maceió, a estratégia adotada pelos organizadores foi a mesma dos baianos: espalhar alguns fogos pela cidade.

Em Fortaleza, outra capital sem festa, as pessoas passaram a virada nos quiosques localizados na avenida Beira-Mar. Os passaportes de vacinação foram solicitados para os presentes. Por sua vez, em Cuiabá, no Mato Grosso, não houve nenhum evento. Dessa maneira, o público foi para a Chapada dos Guimarães, onde os fogos e uma festa com apresentações regionais e a banda Ara Ketu atraíram grande presença de pessoas.

Em Santa Catarina, outro estado sempre muito procurado por suas festas à beira-mar, houve concentração de gente em Balneário Camboriú, na altura da roda-gigante, onde a Polícia Militar estimou que 600 mil pessoas estiveram na Praia Central. Florianópolis não teve shows nem fogos. Algumas praias, como Garopaba, promoveram queima de fogos para os moradores e veranistas. Curitiba, Belo Horizonte e Teresina também não comemoraram o Réveillon, conforme já ocorreu em anos anteriores.


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