Maioria dos moradores de prédio do Minha Casa, Minha Vida em Porto Alegre aceitam acordo

Maioria dos moradores de prédio do Minha Casa, Minha Vida em Porto Alegre aceitam acordo

Banco ofereceu R$ 4 mil de indenização por falhas apontadas na construção da zona Sul

Felipe Samuel

Banco ofereceu R$ 4 mil de indenização por falhas apontadas na construção da zona Sul

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A maioria dos proprietários de apartamentos do condomínio Residencial Camaquã, na travessa Escobar, zona Sul de Porto Alegre, aceitaram, nesta segunda-feira, acordo proposto pela Caixa Econômica Federal como indenização por imóveis que apresentam vícios construtivos internos. Dos 131 moradores que ingressaram com ações judiciais ou fizeram reclamações pré-processuais, 103 aprovaram a oferta do banco. Eles são beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida.

Com isso, cada proprietário vai receber R$ 4 mil por danos morais e materiais. Os moradores alegam uma série de problemas na construção: fiação exposta, vazamentos nas estruturas hidráulica e sanitária, piso desnivelado e falta de acabamento. Em audiência de conciliação conduzida pela Justiça Federal no próprio condomínio, eles tiraram dúvidas e questionaram o anúncio de mudanças nos valores dos honorários do advogado que defende o residencial. A diferença seria de R$ 1 mil por defesa de cada morador.

Proprietária de um apartamento no quarto andar de um dos oito blocos que formam o residencial, Janaína Vargas Goularte decidiu não aderir à proposta por considerar o valor oferecido insuficiente. "Tive um problema de vazamento no meu banheiro, que estava infiltrando no vizinho de baixo, e isso me causou muitos problemas. Só no banheiro gastei R$ 2 mil, em material e mão de obra. Eu tenho mais coisas para fazer em casa e esse valor de R$ 4 mil não vai dar para fazer", explica.

O mutirão de conciliação foi conduzido pelos juízes Ana Inês Algorta Latorre e Eduardo Tonetto Picarelli. Ana explica que a ideia era manter contato direto com os condôminos e tirar dúvidas. Conforme a juíza, quem não tiver dívida de condomínio vai receber até o fim de maio. "Serão R$ 2 mil por dano material, para fazer consertos de vícios de construção no apartamento. E mais adiante vai ser feito um abatimento de dívidas de condomínios, de quem porventura tiver, e o valor de R$ 2 mil, por danos morais, também vai ser pago", observa.

Ao explicar que as construtoras que assumiram o projeto decretaram falência, o advogado da Caixa, Marcelo Berni, ressalta que o acordo é resultado de um ano de tratativas entre moradores e o banco. "Temos dois tipos de processos: um judicializado, correndo, e outros que entraram com reclamação. Esses processos, havendo conciliação, eles terminam. E não havendo conciliação, também. E a parte tem que entrar com ação para cobrar efetivamente o que ela entender que é justo". Se todos os moradores aderirem à proposta, a CEF vai desembolsar R$ 720,5 mil.


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