Mais de 560 pessoas em situação de rua passaram a noite em abrigos em Porto Alegre

Mais de 560 pessoas em situação de rua passaram a noite em abrigos em Porto Alegre

Passagem do ciclone Yakecan provocou chuva e frio na Capital

Giullia Piaia

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Mais de 560 pessoas em situação de rua passaram a noite de terça-feira em estruturas organizadas pela prefeitura de Porto Alegre. A operação inverno foi antecipada pela administração municipal por conta da passagem do ciclone Yakecan por diversas regiões do Rio Grande do Sul. Na Capital, o fenômeno trouxe frio mais intenso e além de chuva desde a tarde de ontem. 

Quarenta e seis pessoas passaram a noite no ginásio Tesourinha. No total, cem vagas estavam disponíveis. "Temos uma rede de acolhimento já constituída, nós pensamos no Tesourinha com a perspectiva de acolher a quem não aderisse à rede socio-assistencial", explica o vice-presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Cristiano Roratto. Além das 46 pessoas que dormiram no ginásio, outras 240 passaram a madrugada em albergues e 282 em pousadas, ontem. 

Mesmo com as vagas remanescentes no Tesourinha, muitas pessoas permaneceram nas ruas. Segundo Roratto, isso aconteceu por conta da dificuldade de convencer os moradores em situação de rua a aderir ao acolhimento, ainda que equipes da Fasc tenham feito uma busca ativa por eles até às 22h de ontem. "Muitos têm medo de deixar o local que ocupam na rua, no sentido de que, se saírem, outra pessoa pode ocupar aquele espaço", justifica. Com a perspectiva de continuidade da frente fria esta semana, a Fasc fará uma reunião durante a tarde para definir se seguirá com o acolhimento no ginásio.

Quem buscou abrigo no ginásio recebeu refeições, servidas por meio de doações de parceiros e pode tomar um banho quente. Para as pessoas não se separarem dos seus animais de estimação, foi criado um espaço pet. As medidas de acolhimento serão avaliadas ao longo do dia, conforme as condições climáticas.

Segundo a Defesa Civil do Município, em Porto Alegre foram registradas rajadas de ventos de 70 quilômetros por hora na madrugada desta quarta-feira. O ciclone segue avançando pelo oceano e está mais afastada do Rio Grande do Sul. Ainda provoca rajadas de vento moderadas a fortes, principalmente no Litoral Norte e Serra gaúcha, mas que tendem a diminuir gradualmente ao longo das próximas horas. “Os impactos da tempestade foram menos drásticos do que o projetado e a população atendeu aos alertas”, disse o prefeito Sebastião Melo.

 

 


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