Mais de cem cães podem ficar na rua em Alvorada
Ônibus com animais foi estacionado dentro pátio da Associação dos Moradores da Vila Formosa
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O problema é que o carregador autônomo não tem para onde levar os cães, porque a casa onde mora, no bairro Americana, ainda está cheia d’água, assim como o terreno da prefeitura, onde ele criava os cachorros. “Eu tinha 140. Quando começou o alagamento, tive que abrir as porteiras. Sobraram uns 90”, disse. Além dos 90 cachorros dele, outros 30 que tentavam fugir da inundação foram recolhidos e levados à associação no bairro Formosa.
No local, ficaram 120 cães, mas a população não para de deixar filhotes e animais doentes no local. Quando a história veio a público, a comunidade se mobilizou e doou ração, além de outros mantimentos. Uma campanha foi realizada e aproximadamente 40 animais foram adotados.
Nesta sexta-feira, Santos buscava ferramentas para arrumar o ônibus e retirar o veículo de dentro da entidade. “A princípio não tenho lugar para onde ir. Terei que retornar para o lugar da onde saí”, afirmou ele, lembrando que a casa ainda estava com água e lodo.
O terreno da prefeitura que ele cercou e criava os cães até então também está alagado. Além disso, ele recebeu uma ordem para desocupar a área. O homem se dedica aos cachorros há, no mínimo, 15 anos. “Vivo em função deles”, observou. Toda a família se envolve. O filho Filipe Tonhin, 20 anos, cuidava dos cachorros nessa quinta-feira enquanto o pai se virava para encontrar um lugar para ir.
O assunto causa polêmica, porque existe uma creche ao lado do terreno da associação. A diretora Maria Nice Almeida da Cunha afirma que a situação coloca em risco os 105 alunos. Pelo menos 20 deles são bebês. “Não tenho nada contra cachorros, mas é necessário um local adequado para colocá-los”, declarou, lembrando que o cheiro é forte e também há muita sujeira. Próximo ao local também há uma unidade de saúde.