Manifestantes ameaçam interferir no vestibular da PUCRS

Os alunos que pedem a saída do atual comando do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), voltaram a bloquear a avenida Ipiranga nesta quinta-feira. Na quarta, durante reunião com a reitoria da universidade, além de membros do DCE e vereadores da Capital, os manifestantes entregaram cinco reivindicações. Novo encontro está marcado para esta sexta, às 11h, quando serão dadas respostas sobre as requisições do grupo. Eles ameaçam "interferir" no vestibular da PUCRS, durante o final de semana, caso não haja evolução na nova reunião.

Centenas de manifestantes ocuparam toda a avenida em frente à PUCRS, por cinco minutos, e, posteriormente, deixaram apenas uma faixa de fluxo, por mais dez minutos. A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) orientou o trânsito no local até a liberação completa, por volta das 22h. O vestibular da PUCRS ocorre no sábado e domingo e, conforme a universidade, teve mais de 3,7 mil inscritos. A assessoria da universidade foi procurada pela reportagem e relatou que só se pronunciará após o término do encontro da manhã de sexta.

O movimento, batizado de 89 de Junho, pede a impugnação imediata do atual comando do DCE, capitaneado pelo presidente Thiago Brozoza, e novas eleições imediatas. Eles também requisitaram à PUCRS a liberação das imagens das câmaras de segurança do campus para comprovar agressão às três alunas no confronto de segunda-feira. Eles exigem a anulação das eleições de chapas para o congresso da União Nacional dos Estudantes e que haja, ainda, uma auditoria das eleições do DCE desde 1990. Por fim querem que a universidade decrete ilegitimidade dos membros atuais do DCE para convocar qualquer ato eleitoral ou estudantil.

Duas semanas de confrontos no campus

Na segunda-feira, o campus foi palco de mais confusões e a Brigada Militar (BM) foi acionada. Alunos entraram em confronto com membros do DCE, por conta de eleições de chapas para representá-los no Congresso da União Nacional dos Estudantes. Quatro pessoas registraram boletins de ocorrência por agressões, entre elas três meninas, e quatro foram levados pela BM para prestar esclarecimentos.

Os protestos começaram na semana passada, quando manifestantes começaram a acampar na PUCRS, além de pedir com gritos de guerra e cartazes o fim da atual administração do DCE e a realização de novas eleições. Na última quarta-feira, oposicionistas tiveram suas chapas recusadas para as eleições ao evento da UNE e começaram os ataques verbais de lado a lado.