Melo discute integração do transporte público em reunião com a ATM

Melo discute integração do transporte público em reunião com a ATM

Implementação pode provocar mudanças em linhas de ônibus que estão sobrepostas aos coletivos urbanos da Capital

Felipe Nabinger

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O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, reuniu-se nesta segunda-feira com dirigentes da Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) no Paço Municipal. Em pauta, a integração do transporte público, que pode provocar mudanças em linhas de ônibus que estão sobrepostas aos coletivos urbanos da Capital.

“Não há como melhorar o sistema de Porto Alegre se não houver esse entrosamento, especialmente no que diz respeito à integração. Queremos acabar com as rodoviárias abertas do Centro Histórico. Esperamos ter um cronograma para operar isso de forma conjunta”, disse o prefeito após a reunião de trabalho. 

Há uma semana, o governo do Estado propôs a supressão de linhas duplicadas que realizam um mesmo trajeto, em horários próximos, permanecendo apenas uma, a depender dos municípios, em reunião com a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal). Porto Alegre e Canoas encabeçarão um projeto-piloto, que deve entrar em prática em 90 ou 120 dias.

Uma das principais dúvidas é como será a compensação tarifária das linhas para os municípios. “Esse ano é um ano definidor para isso. Se o governo não apresentar uma proposta nós vamos restringir a entrada de ônibus em determinados lugares. O que não vai continuar acontecendo é o que ocorre hoje. Todo mundo entra aqui, não há contribuição e quem paga o pato é Porto Alegre”, afirma Melo, que também é o atual presidente da Granpal.

Caso se confirme a implementação, a integração dos ônibus metropolitanos e urbanos deve alterar trajetos das linhas e, em alguns casos, demandar que os usuários peguem dois ônibus para fazer uma viagem atualmente feita em apenas um coletivo. A mudança valeria apenas em horários de entrepico em dias úteis, entre 9h e 16 horas; nos demais, não haveria alterações. O Estado afirma que são 434 km de linhas sobrepostas, ou seja, que recebem tanto linhas urbanas quanto metropolitanas, na Capital. Porém, as metropolitanas se sobrepõem às urbanas em 93% do trajeto dentro da cidade.

O presidente da ATM, José Antônio Ohlweiler, que estava acompanhada do vice-presidente institucional da ATM, Fabiano Rocha Izabel e do gerente da ATM e diretor do Consórcio TEU, Erico Michels, informou que durante o encontro abordaram sobre as atuais dificuldades enfrentadas pelo sistema de transporte público e as possíveis soluções. Entre elas, um dos temas abordados foi a integração.

Sobre a proposta de integração, ele avalia inicialmente que é uma ideia que poderá resultar em avanços importantes. "Mas demandará amplo debate entre prefeituras, Estado e a representação das empresas para que possa ser construído um modelo eficiente em termos de regras e execução. O tema foi apresentado pelo Estado aos prefeitos da região Metropolitana e também aguardamos o convite para que as empresas conheçam melhor a proposta e possam dialogar sobre o assunto com o órgão regulador e os demais envolvidos, podendo projetar, assim, os impactos para o transporte intermunicipal", enfatizou.


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