Mercado de alugueis na praia segue aquecido em fevereiro
Ainda há procura nas imobiliárias para alugar até mesmo depois do Carnaval
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“Pensamos que depois do dia 9 ia morrer o movimento, mas há busca para a segunda quinzena de fevereiro”, completa Danúbia Firme, corretora da ViaMar. Pelo perfil dos inquilinos de temporada de Tramandaí, geralmente com idade superior a 45 anos, a expectativa é de que o movimento de alugueis siga intenso na segunda quinzena do mês, período considerado “mais calmo” e, por esse motivo, mais atrativo aos mais velhos.
Apesar da expectativa negativa devido à crise e à predominância de tempo nublado, as imobiliárias adiantam que o resultado dos alugueis de temporada será positivo este ano. “O número de locações até diminuiu, mas os valores estão semelhantes aos do ano passado”, admite Reinhardt. Para equilibrar a balança e corresponder à demanda, os proprietários foram aconselhados a não corrigirem o valor das diárias aplicadas no ano passado além da inflação.
O incremento da presença argentina também colaborou. Apesar de a maioria dos hermanos terem optado por Santa Catarina neste verão, o término das obras na BR 101 contribuiu para esse efeito, ainda há os que preferem a tranquilidade do litoral gaúcho. “A gente estava com receio, pois todo mundo falava em crise. Mas, até o momento, não sentimos a tal crise, pois tivemos procura muito boa. Quem salvou o ano foram os argentinos”, aponta Noêmia Reckziegel, proprietária da imobiliária que leva seu nome em Capão da Canoa.
Ela adianta que a tendência é que o preço dos alugueis despenque logo após o Carnaval. “É um verão diferenciado, mais curto. A partir de 15 de fevereiro vai haver muito mais oferta do que procura”, justifica Noêmia. Já Carlos Medina, corretor da imobiliária Castelinho, que atende em Imbé e Nova Tramandaí, reclama das condições de aluguel para o Carnaval: “95% das pessoas quer alugar apenas por cinco dias. No Ano-Novo, por exemplo, eram no mínimo dez.”
A expectativa de Medina para fevereiro também não é muito animadora. “A procura em fevereiro caiu pela metade em relação a janeiro e o movimento de alugueis em dias normais em janeiro deste ano está 20% inferior ao registrado no ano passado. A crise fez o pessoal cortar os gastos com lazer”, observa.
O preço dos imóveis pode variar até 1000% no litoral gaúcho, tudo depende do tamanho, localização e condições de infraestrutura. A diária em um apartamento de um quarto no Centro de Capão custa entre R$ 180 e R$ 250. Se o imóvel tiver dois quartos e ar-condicionado, os valores sobem para R$ 300 e R$ 400. Em praias menores, como Araçá ou na Praia do Barco, no entanto, é possível encontrar casas de três dormitórios, que acomodam até seis pessoas, pelo mesmo valor de um apartamento em Capão, cerca de R$ 300 por dia.
Em condomínios fechados em Atlântida, a realidade dos alugueis é bem diferente. Um dia em uma mansão com até 5 suítes pode chegar a custar até R$ 3.000, em um condomínio com piscina, sala de jogos e salão de festas.
Alugar apresentar melhor custo-benefício do que hotelaria
Enquanto uns aproveitam para fazer uma renda extra no verão oferecendo imóveis, outros se colocam na posição de inquilinos já que enxergam uma melhor relação custo-benefício no aluguel de temporada. A família de Osvaldo Fogar trocou a hospedagem em hotel pelo aluguel de um apartamento na beira da praia de Tramandaí. O argentino trouxe de Resitencia, capital da província de Chaco, a esposa e as duas filhas para a praia que fica a 1.100 quilômetros de casa. “Alugar é mais econômico”, admite Fogar.
Ele procurou uma imobiliária a partir da indicação de familiares da esposa. “Eles tradicionalmente veraneiam em Tramandaí”, aponta Fogar que chegou ontem e pretende passar a primeira quinzena de fevereiro no litoral gaúcho. A poucos metros dali, João Paulo da Silva fixa uma placa de “aluga-se” em seu portão. No período de festas de final de ano, ele faturou quase R$ 6 mil com o aluguel da casa de veraneio da família, que reside em Gravataí.
Para o Carnaval, João e a esposa Rita Valério abrirão mão da casa por uma diária de R$ 500. “A casa tem três quartos e um é suíte”, informa Rita. O valor elevado justifica-se pelas condições do aluguel. João não se importa com o número de pessoas que ocuparão o imóvel. “O pessoal sempre vem em grupos de 10 ou 15, daí a conta da água chega a quase R$ 700”, explica. A casa nos fundos do pátio já está alugada desde o dia 1º pelo valor diário de R$ 200.