Mercado de alugueis na praia segue aquecido em fevereiro

Mercado de alugueis na praia segue aquecido em fevereiro

Ainda há procura nas imobiliárias para alugar até mesmo depois do Carnaval

Fernanda Pugliero

Mercado de alugueis na praia segue aquecido em fevereiro

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A expectativa de que fevereiro seria um mês fraco para alugueis de casas tende a não se confirmar na maioria das imobiliárias da praia. “O número de telefonemas e de e-mails que temos recebido gera uma expectativa positiva para o mês de fevereiro”, afirma Nei Reinhardt, proprietário da ViaMar em Tramandaí. A tendência é de que a temporada não acabe logo depois do Carnaval, como era o esperado. As imobiliárias comemoram.

“Pensamos que depois do dia 9 ia morrer o movimento, mas há busca para a segunda quinzena de fevereiro”, completa Danúbia Firme, corretora da ViaMar. Pelo perfil dos inquilinos de temporada de Tramandaí, geralmente com idade superior a 45 anos, a expectativa é de que o movimento de alugueis siga intenso na segunda quinzena do mês, período considerado “mais calmo” e, por esse motivo, mais atrativo aos mais velhos.

Apesar da expectativa negativa devido à crise e à predominância de tempo nublado, as imobiliárias adiantam que o resultado dos alugueis de temporada será positivo este ano. “O número de locações até diminuiu, mas os valores estão semelhantes aos do ano passado”, admite Reinhardt. Para equilibrar a balança e corresponder à demanda, os proprietários foram aconselhados a não corrigirem o valor das diárias aplicadas no ano passado além da inflação.

O incremento da presença argentina também colaborou. Apesar de a maioria dos hermanos terem optado por Santa Catarina neste verão, o término das obras na BR 101 contribuiu para esse efeito, ainda há os que preferem a tranquilidade do litoral gaúcho. “A gente estava com receio, pois todo mundo falava em crise. Mas, até o momento, não sentimos a tal crise, pois tivemos procura muito boa. Quem salvou o ano foram os argentinos”, aponta Noêmia Reckziegel, proprietária da imobiliária que leva seu nome em Capão da Canoa.

Ela adianta que a tendência é que o preço dos alugueis despenque logo após o Carnaval. “É um verão diferenciado, mais curto. A partir de 15 de fevereiro vai haver muito mais oferta do que procura”, justifica Noêmia. Já Carlos Medina, corretor da imobiliária Castelinho, que atende em Imbé e Nova Tramandaí, reclama das condições de aluguel para o Carnaval: “95% das pessoas quer alugar apenas por cinco dias. No Ano-Novo, por exemplo, eram no mínimo dez.”

A expectativa de Medina para fevereiro também não é muito animadora. “A procura em fevereiro caiu pela metade em relação a janeiro e o movimento de alugueis em dias normais em janeiro deste ano está 20% inferior ao registrado no ano passado. A crise fez o pessoal cortar os gastos com lazer”, observa.

O preço dos imóveis pode variar até 1000% no litoral gaúcho, tudo depende do tamanho, localização e condições de infraestrutura. A diária em um apartamento de um quarto no Centro de Capão custa entre R$ 180 e R$ 250. Se o imóvel tiver dois quartos e ar-condicionado, os valores sobem para R$ 300 e R$ 400. Em praias menores, como Araçá ou na Praia do Barco, no entanto, é possível encontrar casas de três dormitórios, que acomodam até seis pessoas, pelo mesmo valor de um apartamento em Capão, cerca de R$ 300 por dia.

Em condomínios fechados em Atlântida, a realidade dos alugueis é bem diferente. Um dia em uma mansão com até 5 suítes pode chegar a custar até R$ 3.000, em um condomínio com piscina, sala de jogos e salão de festas.

Alugar apresentar melhor custo-benefício do que hotelaria

Enquanto uns aproveitam para fazer uma renda extra no verão oferecendo imóveis, outros se colocam na posição de inquilinos já que enxergam uma melhor relação custo-benefício no aluguel de temporada. A família de Osvaldo Fogar trocou a hospedagem em hotel pelo aluguel de um apartamento na beira da praia de Tramandaí. O argentino trouxe de Resitencia, capital da província de Chaco, a esposa e as duas filhas para a praia que fica a 1.100 quilômetros de casa. “Alugar é mais econômico”, admite Fogar.

Ele procurou uma imobiliária a partir da indicação de familiares da esposa. “Eles tradicionalmente veraneiam em Tramandaí”, aponta Fogar que chegou ontem e pretende passar a primeira quinzena de fevereiro no litoral gaúcho. A poucos metros dali, João Paulo da Silva fixa uma placa de “aluga-se” em seu portão. No período de festas de final de ano, ele faturou quase R$ 6 mil com o aluguel da casa de veraneio da família, que reside em Gravataí.

Para o Carnaval, João e a esposa Rita Valério abrirão mão da casa por uma diária de R$ 500. “A casa tem três quartos e um é suíte”, informa Rita. O valor elevado justifica-se pelas condições do aluguel. João não se importa com o número de pessoas que ocuparão o imóvel. “O pessoal sempre vem em grupos de 10 ou 15, daí a conta da água chega a quase R$ 700”, explica. A casa nos fundos do pátio já está alugada desde o dia 1º pelo valor diário de R$ 200.

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