Mesmo com proibição, carrinheiros trabalham nas ruas de Porto Alegre
Prefeito Marchezan garantiu que inicialmente não haverá punição, mas um procedimento para conscientizar
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Vilson contou que ganha aproximadamente R$ 1300,00 por mês e ressaltou que não vai deixar a profissão de lado. “Se tiver alguma abordagem e tomarem nosso carrinho, realmente eu vou buscar outro carrinho e vou continuar. Ou eles vão pagar meu aluguel, vão dar comida para as minhas crianças?”
O prefeito Nelson Marchezan Jr. garantiu que inicialmente não haverá punição para os que continuarem trabalhando e enfatizou que o objetivo é conscientizar os catadores. “Carroças puxadas por animais, não tem. Carroças puxadas por pessoas, tem. E isso não é correto. Então a gente tem que buscar alternativas e passar por um processo de fiscalização, educativo”, defende.
A prefeitura afirma que a intenção com a proibição do serviço é direcionar os carroceiros para uma qualificação profissional. Para isso, teria sido criado o programa Todos Somos Porto Alegre. Segundo a coordenadora do programa, Denise Souza Costa, cerca de mil recicladores deixaram a atividade nas ruas para trabalhar nas Unidades de Triagem. Além disso, 986 pessoas teriam concluído qualificações em várias áreas, como construção civil, gastronomia, beleza e gestão de resíduos.
Para 2017, o governo municipal está fechando uma parceria com o Senac comunidade para abrir dois cursos em abril: de gestão de resíduos sólidos e de agente ambiental, oferecendo cerca de 100 vagas. A prefeitura também está em fase de fechar novos parceiros e o investimento em capacitação será de cerca de 90 mil reais. A iniciativa, conforme a prefeitura, está de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que busca gerar desenvolvimento sustentável para as cidades.
A gestão municipal também afirma que, todos os dias, 100 toneladas de resíduos recicláveis são recolhidas e levadas para as usinas de triagem. A medida municipal foi estabelecida através da lei 10.531, de 2008, proposta pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, e decretada pelo Executivo em 2010. Mas, além do período de validação tradicional, vereadores contrários à medida conseguiram adiar até esta sexta-feira para que a lei entrasse em vigor.