Mesmo sem chuva, zona Norte alaga em pontos isolados em Porto Alegre
Ventos do quadrante Sul represam água e agravam situação
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No bairro Ipanema, zona Sul da Capital, houve alagamento no calçadão e na rua em alguns pontos da orla. O mesmo aconteceu no bairro Guarujá, onde a água cobriu as vias e chegou ao pátio das casas. Como não há contenção na região similar a que existe no Centro com o muro da Mauá, os moradores estão preocupados, pois a elevação ocorre de forma muito rápida. Apesar do tempo nublado e da invasão da água, algumas pessoas se exercitavam na avenida Guaíba durante a manhã. Em certos momentos, chegava a fazer ondas, que traziam muito lixo e animais mortos.
O Sistema Metroclima informou nesta quarta-feira que o nível do Guaíba alcançou 2,70 metros durante a manhã - 24 centímetros inferior ao pico histórico da cheia do sábado. Essa elevação é consequência do ingresso do vento do quadrante Sul que faz represar a água e, portanto, não trata-se da vazão de rios contribuintes. O Jacuí, por exemplo, baixou cerca de 40 centímetros em Triunfo. Os volumes de chuva desde terça-feira foram até agora predominantemente baixos nas bacias que alimentam o lago da Capital. Por isso, não são esperados acumulados que interfiram no agravamento do quadro.
A chuva e o vento devem ser os focos da atenção. Havia tendência de a chuva aumentar nas bacias dos rios contribuintes, mas em baixa quantidade. Como o nível está extremamente alto, mesmo acumulados de chuva médios próximos de Porto Alegre podem contribuir para atenuar a queda, estancá-la ou mesmo gerar repique. O vento deve seguir soprando do quadrante Sul até o fim de semana, rotando de Sudoeste para Sudeste, ainda conforme o Metroclima. O nível do Guaíba deve seguir alto. A previsão é de que a cheia seja longa.