Metroviários decidem manter greve em São Paulo
Nova assembleia da categoria está marcada para esta segunda-feira, às 13 horas
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Os protestos do ano passado entraram na nossa mente. Não pode ficar massacrando, batendo em trabalhador. Em 2007, nós recuamos e houve demissões. Nós podemos sair da luta derrotados se recuarmos ou se continuarmos a greve. Vão tentar nos retaliar agora ou depois. A nossa proposta é continuar a greve", disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, na assembleia, angariando o apoio da maioria.
De acordo com o Sindicato dos Metroviários, 3 mil pessoas acompanharam a sessão. Uma nova assembleia está marcada para esta segunda-feira, às 13 horas.
Depois de considerar greve do Metrô abusiva, em julgamento realizado na manhã deste domingo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) definiu o reajuste salarial da categoria em 8,7% e estabeleceu o piso dos engenheiros em R$ 6.154,00. Além disso, caso a greve continue, além da multa já estabelecida de R$ 100 mil por dia pela vice-presidente judicial do TRT Rilma Aparecida Hemetério, foi arbitrada multa adicional de R$ 400 mil ao sindicato da categoria, o que totaliza R$ 500 mil por dia, em valores a serem revertidos para o Hospital do Câncer de São Paulo.
A greve foi considerada abusiva por unanimidade e não foi enquadrada como ilegal porque, de acordo com o TRT, o termo restringe-se apenas à paralisação patronal (lockout) e a dos militares. "O direito de greve não pode ser balizado em autoritarismo ou no exercício arbitrário de escolhas subjetivas. Não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública", destacou o desembargador Rafael Pugliese, presidente da seção de Dissídios Coletivos (SDC). O julgamento concluiu pela autorização do desconto pelos dias parados, além de não assegurar a estabilidade dos grevistas.
Quanto ao reajuste salarial, o último valor proposto pelo sindicato dos metroviários foi de 12,2%, já o Metrô ofereceu 8,7%, valor que foi ficado também pelos desembargadores no julgamento de hoje. A essa e demais determinações deste julgamento cabem recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O julgamento aconteceu após três tentativas de acordo e a paralisação dos metroviários é uma das mais longas da história do Metrô na cidade de São Paulo, chegando ao seu quarto dia neste domingo.