Milhares de pessoas protestam em Berlim contra restrições decorrentes do combate à Covid-19

Milhares de pessoas protestam em Berlim contra restrições decorrentes do combate à Covid-19

Ato reuniu os que se denominavam "pensadores livres", ativistas antivacinas e simpatizantes da extrema direita.

AFP

Ato em Berlim reuniu os que se denominavam "pensadores livres", ativistas antivacinas e simpatizantes da extrema direita

publicidade

Milhares de pessoas protestaram neste sábado em Berlim contra as medidas de prevenção do coronavírus. Os manifestantes, cerca de 17 mil de acordo com a polícia, são menos do que os 500 mil anunciados pelos organizadores da marcha, chamada "O fim da pandemia - dia da liberdade". O ato reuniu os que se denominavam "pensadores livres", ativistas antivacinas e simpatizantes da extrema direita.

Alegando que as medidas limitam as liberdades individuais, alguns gritaram "Somos a segunda onda", "Resistência" ou denunciaram o coronavírus como "uma grande teoria da conspiração". Poucos usavam máscara, constatou um jornalista da AFP no local, e a distância física de um metro e meio também não foi respeitada.

A polícia apelou aos manifestantes por meio de alto-falantes para respeitarem as medidas de segurança e anunciou no Twitter que registrou uma queixa contra os organizadores por "não respeitarem as regras de higiene". Para os manifestantes essas medidas devem desaparecer, já que a crise da saúde foi superada.

"É uma tática de medo: não vejo perigo com o vírus. Não conheço outras pessoas doentes. Conheci muitas pessoas doentes em março, esquiadores, turistas, algo realmente aconteceu em fevereiro, mas agora não há mais pessoas doentes", disse a manifestante Iris Birzenmeier.

Anna-Maria Wetzel, que já participou de vários encontros semelhantes, tem a mesma opinião. "Aqueles que não se informam, diferentemente de nós, são ignorantes e acreditam no que o governo diz. Eles têm o medo que o governo coloca em nossas cabeças".

Críticos da manifestação chamaram os participantes de "nazistas". O lema da manifestação, "Dia da Liberdade", coincide com o título de um filme do diretor Leni Riefenstahl sobre a conferência do partido de Adolf Hitler no NSDAP em 1935.

Até agora, a Alemanha registrou 9,2 mil mortes por coronavírus, um número relativamente baixo, mas as autoridades estão preocupadas com um lento aumento de casos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895