Mineradora paralisa atividades após novo vazamento em Minas Gerais

Mineradora paralisa atividades após novo vazamento em Minas Gerais

Anglo American registrou fuga de 174 toneladas de polpa de minério no ribeirão Santo Antônio do Grama

Agência Brasil

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A Mineradora Anglo American informou nesta sexta-feira que voltou a paralisar as atividades, após registrar  um novo vazamento, 17 dias depois de um primeiro caso que levou à poluição de um manancial em Minas Gerais. A paralisação durará um mês, enquanto a empresa realiza testes de segurança no mineroduto Minas-Rio, que percorre 529 quilômetros entre Conceição do Mato Dentro (MG) e o porto do Açu, em São João da Barra (RJ).

“A decisão foi tomada em função do vazamento ocorrido em ponto 400 metros à frente do anterior, na Estação de Bombas 2, em Santo Antônio do Grama (MG). O evento durou entre cinco e oito minutos. Não houve feridos”, explica o presidente da empresa, Ruben Fernandes, em nota divulgada pela Anglo American.

A empresa não chegou a retomar a capacidade total de operação, desde o reinício das atividades, na noite de terça-feira. "O segundo incidente muda o plano de inspeção, que agora passa a ser muito mais minucioso”, diz Fernandes no comunicado. Em paralelo à decisão da empresa, a Anglo American também foi notificada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), solicitando a paralisação das atividades até novo laudo técnico do órgão.

O segundo vazamento levou cerca de 174 toneladas de polpa de minério, composta por 30% de água e 70% de minério ao ribeirão Santo Antônio do Grama. Segundo a empresa, o material não é considerado perigoso pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No primeiro vazamento, tinham sido despejadas 300 toneladas de minério.

Dessa vez, no entanto, o abastecimento do município de Santo Antônio do Grama (MG), com população de aproximadamente 4,2 mil pessoas, não foi afetado, uma vez que a ocorrência de 17 dias atrás levou a mineradora a instalar uma adutora para captação no Córrego do Salgado.

Férias coletivas

Com a operação paralisada, a empresa dará férias coletivas a parte dos empregados da operação, especialmente os da mina e da planta de beneficiamento, em Conceição do Mato Dentro. “A decisão está sendo conversada com os órgãos competentes e negociada com o Sindicato. Todas as equipes e equipamentos responsáveis por garantir a integridade das operações permanecerão trabalhando”, diz Fernandes em nota.

Em decorrência do primeiro rompimento, a Secretaria de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) deu à mineradora um prazo até o dia 31 de março para recolher o minério que vazou e sedimentou na calha e nas margens do Ribeirão Antônio do Grama.

Como parte das ações, a empresa informou que foram colocados 36 barramentos no córrego Santo Antônio do Grama e uma equipe de mais de 200 pessoas continua a retirar a polpa de minério da calha do rio e de suas margens.

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