Mineroduto rompe e polui abastecimento de água no interior de Minas Gerais

Mineroduto rompe e polui abastecimento de água no interior de Minas Gerais

Empresa britânica disponibilizou caminhões-pipa e garante que substâncias não são tóxicas

Agência Brasil

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Um mineroduto da empresa britânica Anglo American se rompeu nesta segunda-feira, em Minas Gerais, na região da Zona da Mata, e poluiu o Ribeirão Santo Antônio. O manancial fornece água para o abastecimento do município de Santo Antônio do Grama (MG), com população de aproximadamente 4,2 mil pessoas. A mineradora disponibilizou caminhões-pipa para levar água aos moradores da cidade.

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) recebeu pela manhã um comunicado da Anglo American sobre o rompimento. De acordo com nota divulgada pela pasta, não há informações sobre vítimas ou desalojados. “Segundo informações da empresa, o incidente provocou uma despressurização na linha tronco, projetando polpa de minério para o acesso municipal e para o leito do Ribeirão Santo Antônio”, registra o texto.

A Semad informa ainda que a situação está sendo monitorada por equipes do órgão e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), responsável pelo abastecimento de água das cidades mineiras. Não foram fornecidas informações sobre possíveis penalidades à empresa por parte do órgão estadual ambiental.

O duto rompido transporta a produção da Anglo American de Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Ele integra o empreendimento Minas-Rio, que compreende a extração de minério nas serras do Sapo e Ferrugem, o beneficiamento nos municípios de Conceição do Mato Dentro (MG) e Alvorada de Minas (MG) e ainda o mineroduto de 525 quilômetros que se encerra em um porto em Barra de Açu, no município de São João da Barra (RJ).
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Por se tratar de um empreendimento que envolve mais de um estado, o licenciamento ambiental da estrutura foi feito pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e tem validade até 2021. O órgão federal informou que uma equipe do seu Núcleo de Emergências Ambientais foi enviada ao local e somente após a vistoria poderá avaliar os impactos e decidir sobre eventuais sanções administrativas. A suspensão da licença, no entanto, não é cogitada, segundo o órgão.

O Ibama afirma ainda que, de acordo com informações recebidas até o momento, “a polpa de minério vazada não possui, entre seus componentes, substâncias químicas ou tóxicas” e “os resíduos provocaram turbidez da água, mas não apresentam riscos à saúde humana”.

Em nota, a Anglo American afirmou que o rompimento foi identificado às 7h42min e que a prefeitura de Santo Antônio do Grama, a Defesa Civil, a Copasa, a Semad e o Ibama foram imediatamente comunicados. De acordo com a mineradora, não houve vítimas e o fluxo do mineroduto foi interrompido de forma que, neste momento, apenas água está sendo escoada pela estrutura. “A polpa consiste em 70% de minério de ferro e 30% de água, sendo classificada pela NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como resíduo não perigoso”, acrescenta o texto.

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