Ministério da Saúde divulgará novas orientações para 2ª dose da Janssen
A previsão é que o lote que chegou ao Brasil nesta semana seja enviado aos estados na sexta-feira
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Apesar do anúncio do Ministério da Saúde de que quem foi imunizado com a vacina de dose única da Janssen receberá uma segunda aplicação, ainda não é possível encontrar o imunizante nos postos de vacinação. A previsão da pasta é começar a liberar o novo lote aos estados e ao DF nesta sexta-feira, junto às instruções para a segunda dose.
O ministério recebeu, na última sexta-feira, um milhão de doses da Janssen, mas o lote ainda não foi entregue aos entes federados porque passa por processo de descongelamento e inspeção.
"Nós distribuímos ordinariamente duas pautas por semana. Essa da Janssen será a partir de sexta-feira, se forem todas liberadas. Nessas projeções, estaremos distribuindo com todas as orientações", detalhou a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, durante a coletiva de anúncio sobre as mudanças nas estratégias vacinais, incluindo a da Janssen, na terça-feira.
Na ocasião, a pasta anunciou que todos os brasileiros acima de 18 anos receberiam uma dose de reforço contra a Covid-19 após cinco meses do esquema vacinal primário estar completo. No caso da Janssen, será necessário não só o reforço, mas uma segunda aplicação, com a vacina da mesma farmacêutica, a partir de dois meses após a primeira dose.
A corrida aos postos começou logo após o anúncio, já que as primeiras doses da vacina começaram a ser aplicadas no Brasil entre junho e julho. Portanto, o intervalo já foi cumprido, nesses casos. Ainda assim, o Ministério da Saúde considera o atraso "dentro do tempo esperado", afirmou Rosana.
Na última nota técnica divulgada pelo ministério, na noite de quarta-feira (17), não consta nenhuma instrução em relação à Janssen especificamente. O texto só esclarece que a vacina pode ser usada como dose de reforço no caso do imunizante da Pfizer estar em falta. O documento limita-se a abordar a administração de dose de reforço de vacinas contra a Covid-19 em pessoas com mais de 18 anos.
A medida referente à Janssen será uma estratégia não prescrita pela bula, já que compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizar a mudança na prescrição, incluindo a necessidade de duas doses, e não uma. "Embora esteja na Anvisa uma dose única, compete a nós as definições", disse Rosana.
Na Anvisa, a Janssen entrou com um procedimento para a mudança da bula, mas ainda precisa entregar os estudos sobre eficácia e segurança da dose adicional. "No Brasil, a Janssen submeterá os dados para avaliação da Anvisa nas próximas semanas", disse a farmacêutica.
Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), equivalente à Anvisa, autorizou a segunda dose. "O uso de uma dose única de reforço da vacina Janssen (Johnson & Johnson) contra Covid-19 pode ser realizado pelo menos dois meses após a conclusão do regime primário de dose única em indivíduos com 18 anos de idade ou mais."
Segundo a Janssen, o objetivo da dose adicional é "maximizar a proteção contra casos sintomáticos de Covid-19". Dados preliminares divulgados pela empresa mostram que, com o reforço após dois meses, "os níveis de anticorpos aumentaram de quatro a seis vezes".
"Outra análise demonstra que quando o reforço foi dado após seis meses da dose única, os níveis de anticorpos aumentaram nove vezes após uma semana e continuaram a subir em 12 vezes quatro semanas depois do reforço. Todos os aumentos ocorreram independentemente da idade", disse a Janssen.