Ministério da Saúde esclarece boatos sobre zika vírus

Ministério da Saúde esclarece boatos sobre zika vírus

Confira mitos e verdades sobre a doença

Correio do Povo

Ministério da Saúde esclarece boatos sobre zika vírus

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O Ministério da Saúde divulgou nota nesta quinta-feira para informar a população sobre notícias falsas divulgadas na internet sobre a infecção por zika vírus. De acordo com a pasta, por ser uma doença nova e com pouco conhecimento científico consolidado, o zika vírus, transmitido pelo mosquisto Aedes aegypti - mesmo transmissor da dengue - tem gerado muitas dúvidas. Por isso, alguns boatos circulam nas redes sociais e nos aplicativos de bate-papo.

O Ministério da Saúde intensificou as ações nas redes sociais para esclarecer e informar a população. Confira os mitos e verdades sobre a doença:

1. Os casos de microcefalia estão relacionados ao uso de vacinas vencidas? 
Mito: O aumento de casos de microcefalia no país está associado ao vírus Zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Não há registro na literatura médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia. Todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI) são seguras. O PNI é responsável pelo repasse, aos estados, dos imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação. Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de imunização é a avaliação da qualidade dos imunobiológicos. O controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Após aprovação em testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na população.



2. O aumento de casos de microcefalia estão relacioando ao uso de mosquitos com bactéria?

Mito: Não é verdadeira a informação de relação entre a incidência do vírus Zika com os mosquitos portadores da bactéria Wolbachia. Desde 2014, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil” que propõe o uso de uma bactéria naturalmente encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo, chamada Wolbachia. Quando presente no Aedes Aegypti, a bactéria é capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A iniciativa, sem fins lucrativos, é uma abordagem inovadora para reduzir a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito de forma natural e autossustentável. A pesquisa é inédita no Brasil e na América Latina. O estudo já foi realizado, com sucesso, na Austrália, Vietnã e Indonésia – onde não existem relatos de aumento dos casos de microcefalia.

3. O zika vírus também pode causar Guillain-Barré? 
Verdade: A Síndrome de Guillain-Barré é uma reação, muito rara, a agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e tem como sintomas a fraqueza muscular e a paralisia dos músculos. Vários vírus, assim como o Zika, podem provocar a síndrome de Guillain-barré, que é uma doença rara. Assim como todas as possíveis consequências do Zika, a ocorrência da Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sendo investigada. Os sintomas começam pelas pernas, podendo, em seguida, irradiar para o tronco, braços e face. A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia dos membros. O principal risco provocado por esta síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios, devido a dificuldade para respirar. Nesse último caso, a síndrome pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas de suporte respiratório.



4.O Ministério da Saúde mudou o parâmetro para identificar a microcefalia para esconder o número de casos? 
Mito: Todos os casos de crianças com microcefalia relacionada ao vírus Zika serão investigados. A mudança para o parâmetro do perímetro cefálico igual ou menor de 32 centímetros segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é apoiada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e tem suporte da equipe do SIAT (Sistema Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos). Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde adotou a medida de 33 cm inicialmente, que é totalmente normal para crianças que nascem após 37 semanas gestacionais, com o objetivo de compreender melhor a situação do aumento de casos de microcefalia. A partir da primeira triagem desses casos suspeitos, muitos dos diagnósticos realizados precocemente e preventivamente já foram descartados. Portanto, a nova medida visa a evitar que bebês sem a malformação sejam submetidos a uma série de exames desnecessários.


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