Ministério define grupos prioritários para vacinação contra Covid-19

Ministério define grupos prioritários para vacinação contra Covid-19

Profissionais de saúde, idosos e indígenas devem ser os primeiros a receber imunizante, assim que for aprovado pela Anvisa e disponibilizado

R7 e AE

Vacinação será feita por etapas no Brasil

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O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (1º) as primeiras informações de como deve ser o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. As primeiras doses, segundo comunicado da pasta emitido após reunião hoje, serão usadas para imunizar profissionais de saúde, idosos e indígenas. No entanto, ainda não foi apresentado o plano completo. 

No encontro, a pasta informou ainda que a perspectiva é começar a vacinação contra a doença em março de 2021 e finalizar a campanha só em dezembro, quando há previsão de oferta de doses suficientes para imunizar a população-alvo. Não há previsão de vacinar toda a população no ano que vem, conforme a apresentação da pasta.

A coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do ministério, Francieli Fantinato, informou que haverá quatro fases de vacinação. "Na primeira fase, conforme a chefe do PNI, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena", diz a nota.

Na segunda fase, serão vacinados todos os brasileiros com mais de 60 anos, que serão escalonados dos mais velhos para os mais jovens. Na terceira fase da campanha, serão imunizadas pessoas maiores de 18 anos com as seguintes comorbidades: diabete, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40). A estimativa para essa fase é vacinar 12,6 milhões de pessoas.

Por fim, na quarta fase da campanha, receberão a proteção trabalhadores de áreas consideradas essenciais: professores do nível básico ao superior, profissionais de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional, além da população carcerária. Os grupos somam cerca de 4 milhões de pessoas. Para as quatro fases, o ministério estima imunizar cerca de 51 milhões de brasileiros. Não há definição ainda de como será a vacinação do restante da população.

Segundo especialistas presentes na reunião, o ministério ainda considera como principal imunizante a ser oferecido no SUS a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, mas não descartou a compra de outros produtos. A vacina da AstraZeneca, porém, pode ter seu registro atrasado após falhas nos estudos.

Em nota divulgada após a reunião, o ministério afirmou que o Brasil já possui garantidas 142,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio dos acordos entre a Fiocruz e a AstraZeneca (100,4 milhões) e a Covax Facility (42,5 milhões), iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O ministério também informa que já negocia compras de seringas e agulhas que serão necessárias para a vacinação contra a Covid-19. "Encontra-se em andamento processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional."

Preliminar

A pasta destacou ainda que "o planejamento de população vacinada e fases é preliminar e pode sofrer alterações, a depender de novos acordos de aquisição de vacinas com outras farmacêuticas, após regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)".

Participaram da reunião mais de 70 especialistas tanto do ministério, Estados e municípios quanto de sociedades científicas. O plano final de imunização contra a Covid-19 deverá ser finalizado nas próximas semanas.


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