Ministério do Trabalho interdita frigorífico em Bagé

Ministério do Trabalho interdita frigorífico em Bagé

Marfrig apresentava risco à saúde e à integridade física dos trabalhadores

Correio do Povo

publicidade

*Com informações do repórter Danton Júnior

A Marfrig Frigoríficos, que abate bovinos em Bagé na região da Campanha, foi interditada na manhã desta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o MTE, foi constatada situação de risco grave e iminente à saúde e à integridade física dos trabalhadores. A comunicação oficial foi feita durante reunião com executivos da empresa na própria fábrica.

Segundo o auditor-fiscal do trabalho Mauro Marques Müller, coordenador estadual do Projeto Frigoríficos, várias situações irregulares foram constatadas. “Desde risco de acontecer acidentes graves com vazamento de amônia, decorrente dos vasos de pressão, que estavam inadequados e sem inspeção periódica dos profissionais, até a possibilidade de acidentes com várias máquinas que estavam desprotegidas”, explica.

Além disso, a força-tarefa constatou situações de esforço físico em excesso pelos funcionários, em virtude da movimentação manual de cargas. “Foi um conjunto de fatores que poderiam levar a ocorrências de acidentes com amputação e até morte.” Vários setores do frigorífico foram interditados, o que na prática inviabiliza as operações da planta. Conforme Müller, a empresa deve realizar as adequações, sem prazo determinado, para depois pedir a suspensão da interdição.

A interdição resulta da segunda operação da força-tarefa deste ano que investiga meio ambiente do trabalho em frigoríficos gaúchos bovinos e suínos. A ação foi realizada de terça a sexta-feira e foi organizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo MTE, com apoio do movimento sindical dos trabalhadores e participação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).

Em nota, a Marfrig afirmou que já iniciou a implementação de um plano de trabalho para executar todas as adequações necessárias, "a fim de regularizar as operações da unidade de Bagé". Além disso, a companhia vai pedir nova vistoria dos auditores para a confirmação de que todas as adequações foram executadas.



Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895