Ministro do Meio Ambiente vê grande potencial do RS em energias renováveis

Ministro do Meio Ambiente vê grande potencial do RS em energias renováveis

Joaquim Leite esteve reunido com empresários em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira

Felipe Faleiro

Leite (à esquerda) disse que investimentos na área podem somar R$ 1 trilhão nos próximos anos

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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esteve em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira e abordou em reunião com empresários industriais gaúchos, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), o tema das energias renováveis no âmbito do Estado. De acordo com ele, o RS tem potencial amplo de crescimento neste segmento. “O Estado tem uma grande possibilidade de se industrializar com uma das menores pegadas de carbono do mundo. Claramente há, aqui, tecnologia e capacidade industrial de ir na direção desta economia verde que o mundo pretende alcançar em 2050, mas o Estado pode alcançar já”, comentou ele, em conversa com a imprensa ao final do encontro.

Leite abordou também a regulamentação do uso da área marinha para a instalação de usinas eólicas offshore, situadas em alto-mar. Segundo o ministro, o governo federal está atuando para regulamentar o uso da área marinha para desenvolvimento de parques eólicos, o que deve sair “nos próximos meses”, informou. “É um desafio ainda tecnológico, porque não é a energia mais barata que nós temos, porque podemos instalar onshore em terra, e eólicas mais baratas que onshore”.

Isto, na visão do ministro, traz benefícios econômicos, este, no âmbito da própria utilização da energia renovável, e ambientais, no sentido de aumento da fauna marinha, beneficiando igualmente a pesca. “Há uma fronteira de instalação de até 50 Itaipus no mar, e capacidade de instalação com alta produtividade de até 700 gigawatts, com investimentos de US$ 200 bilhões. São quase R$ 1 trilhão de investimentos que devem acontecer nos próximos anos”, salientou, se referindo à capacidade possível de produção destas usinas, e, depois, ao que poderá ser aplicado nas energias renováveis.

Há uma aceleração do investimento, salienta ele, em projetos de hidrogênio verde. “Isto é para a gente criar uma atividade econômica na região com emissões neutras até 2050, que é a meta nacional”, pontuou. Conforme o ministro, o Brasil já instalou parques eólicos com capacidade de 21 gigawatts, e, nos próximos anos, serão instalados mais 60 parques onshore. “O Rio Grande do Sul tem uma possibilidade de geração de energia de uma forma bastante barata e atrelar ela à indústria, especiamente com menor pegada de carbono, e com isto, exportar”, disse. 

Na opinião dele, deve ser aproveitada esta nova geopolítica, na qual o Brasil tem custo de energia mais barato do que os países europeus, que sofrem com uma crise no setor energético. “Se você quiser se industrializar verde, e de forma sustentável, venha fazer no Rio Grande do Sul, que você fará os dois ao mesmo tempo”, acrescentando o prazo de dez anos para que estas instalações sejam realizadas. Um dos grandes potenciais para o hidrogênio verde, pontuou Leite, é para a indústria de transporte marítimo, que pode utilizar este material como combustível.

“O governo federal, como um todo, entende que o Brasil tem uma oportunidade de aproveitar esta nova política, e o Rio Grande do Sul está inserido dentro deste futuro”. Na opinião do coordenador do Conselho de Meio Ambiente (Codema) da Fiergs, Newton Battastini, a visita do ministro Joaquim Leite foi importante para obter a visão do governo a respeito destas potencialidades. “Ele foi muito claro a respeito do apoio que está sendo dado a estes setores de energia. Hoje, temos um potencial eólico muito bom. Dependemos de licenciamentos ambientais, como faz parte, e isto o ministro somou muito para nós”, salientou.


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