Missão Cassini termina com dramático mergulho sobre Saturno
Últimas imagens da Cassini incluem fotos das luas Titã e Enceladus
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De acordo com a Nasa, o final dramático da Cassini foi planejado para que a espaçonave - agora quase sem combustível - não corra o risco de se chocar com Titã e Enceladus, o que poderia contaminar essas luas de Saturno com algum vestígio remanescente de material biológico da Terra.
O mergulho em Saturno encerra a última fase da missão, iniciada no dia 22 de abril. Nessa fase, batizada pelos cientistas de "Grand Finale", a nave realizou um longo passeio em uma região onde nenhuma outra espaçonave jamais chegou: em 22 sobrevoos, a Cassini passou pela brecha de 2,4 mil quilômetros entre os anéis congelados de Saturno.
Durante o mergulho na atmosfera, a velocidade da nave foi de 113 mil quilômetros por hora. Quando a espaçonave entrour em contato com a atmosfera de Saturno, seus propulsores de controle de altitude produziramo curtos disparos contra o gás do ambiente. Com isso, a antena em forma de disco da nave permanecerá apontada para a Terra para enviar os preciosos dados finais da missão.
Por causa do tempo que os sinais de rádio levam para chegar de Saturno até a Terra, os eventos ocorrem no planeta dos anéis 83 minutos antes de serem observados. Isso significa que, embora a Cassini comece a despencar sobre Saturno e perca a comunicação às 10h31min, o último sinal enviado pela nave só será recebido na Terra 83 minutos depois.
"O derradeiro sinal da espaçonave será como um eco. Ele irradiará pelo Sistema Solar por cerca de uma hora e meia depois que Cassini já tiver encontrado seu fim. Mesmo sabendo disso, a missão da Cassini não terá chegado ao fim enquanto ainda recebermos seus sinais", disse Earl Maize, gerente de projetos da Cassini no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.
Sinais valiosos
A última transmissão da Cassini será captada pelas antenas da Rede de Espaço Profundo da Nasa, localizada em Camberra, na Austrália. Esses sinais, porém, não incluem imagens, que não serão feitas durante o mergulho em Saturno. A taxa de transmissão de dados necessária para enviar imagens é muito alta, o que poderia impedir o envio dos últimos dados científicos, considerados de alto valor.
As últimas imagens da Cassini foram feitas na quinta e incluem fotos das luas Titã e Enceladus, de características dos anéis e uma montagem colorida de Saturno e seus anéis, incluindo a aurora no polo norte do planeta. A missão custou US$ 3,9 bilhões (cerca de R$ 12,2 bilhões), com investimentos da Nasa, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana.