Moradores avaliam prejuízos após arroio transbordar no bairro Sarandi

Moradores avaliam prejuízos após arroio transbordar no bairro Sarandi

Água subiu mais de um metro acima do nível da rua

Jéssica Mello

Móveis, roupas e cobertores ao sol para secar e ver o que pode ser aproveitado

publicidade

Esta sexta-feira foi de limpeza e avaliação dos prejuízos para moradores e comerciantes do bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre. Na quinta-feira o arroio que corta o bairro transbordou e a água subiu mais de um metro acima do nível da rua.

Em alguns pontos, as casas que têm comportas no portão viram a água passar por cima da estrutura. Esse foi o caso da residência de Dirceu Albertuni e Robelina Castro. O casal estava em Gramado e foi chamado pela filha. Há três anos eles colocaram a comporta e desde então essa foi a primeira vez que a água entrou em casa. O barro dentro dos armários, o sofá e a cama molhados demonstram os efeitos de uma forte chuva. No pátio, móveis, roupas e cobertores estavam no sol para secar.

“Quando entrei em casa foi um desespero”, lembra Robelina. De acordo com Albertuni, ainda não é possível avaliar o prejuízo, apenas depois que as coisas secarem. “Há oito anos, quando nos mudamos, o arroio era bem mais fundo, mas não é feita uma limpeza para manter o mesmo nível. Agora está mais raso”, observa Albertuni.

Paulo Espíndola estima que na oficina mecânica do irmão os materiais perdidos ultrapassem a soma de R$ 5 mil. A água ficou quase na metade da parede e entrou em carros de clientes. “A Prefeitura limpa mais a parte externa do arroio. Seguido vejo pneu e sofá ali dentro, por exemplo. O povo não colabora. Antes já transbordava, mas agora é mais frequente”, conta ele, que mora no bairro há mais de 50 anos.

A presidente da Associação de Moradores da Vila Leão, Terezinha Prestes, conta que o contato é constante com o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) desde 2010. Uma licitação já foi feita para alargar o valo e no dia 15 deste mês o contrato deve ser assinado.

A obra terá duração de 16 meses e integra também a substituição das pedras nas bordas por concreto. “Desde 2001, qualquer chuva alaga. Aqui tenho comporta e bomba para tirar a água do pátio”, conta Terezinha.

Depois do alagamento, na quinta-feira, o DEP se reuniu com a comunidade e o diretor, Tarso Boelter, e visitou o local. “Desde quinta, DMLU e DEP intensificaram a limpeza na região nas ruas, bocas de lobo e pontes. O maior problema é nas pontes porque o lixo tranca ali e o arroio transborda”, explica. Uma reunião foi solicitada pelo departamento para a retirada da ponte da rua Zeferino Dias. O pedido foi encaminhado para a Prefeitura, EPTC e Smov.
 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895