Moradores da Ilha Grande dos Marinheiros aguardam remoção

O bate-estaca da instalação da nova ponte do Guaíba indica que falta pouco para Pedro Ubirajara Santos Escobar, 58 anos, deixar a Ilha Grande dos Marinheiros, onde mora há 28 anos. A casa dele foi marcada pelo Dnit há cerca de 12 meses, segundo ele, e a família aguarda ansiosa uma decisão sobre o início da remoção dos moradores. Depois da última enchente, os parentes de Escobar gostariam de ter se mudado, sem precisar voltar para o imóvel às margens do lago. “Estou pagando aluguel de R$ 700,00 em Canoas para não ficar aqui”, contou.

O Dnit informou que depende da análise do Estudo de Viabilidade Urbanística por parte da prefeitura de Porto Alegre para iniciar o processo de deslocamento das 998 famílias impactadas pelo empreendimento. Nesta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) fará uma reunião com a construtora, pois restam alguns pontos a serem alterados por parte da empresa. O Dnit já tem o licenciamento ambiental da área para a construção das moradias. Serão implantadas as redes de água, esgoto, energia elétrica, o arruamento e o calçamento. Estas obras são necessárias para que seja realizado o chamamento para a construção dos imóveis por meio do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

A equipe trabalha na Ilha das Flores em área desapropriada do Clube Navegante São João e, até o momento, 25% da obra foi executada. Apesar de as chuvas e a cheia do Guaíba terem influenciado na rotina, não houve prejuízo no cronograma dos serviços. A ponte, com extensão de 2,9 quilômetros, tem previsão de término em 2017.