Moradores da Vila Dique voltam a protestar na Capital
Famílias querem ser incluídas em transferência para novo loteamento
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A vizinha dela, a camareira Juciane Medeiros, de 40 anos, contou que fez o cadastro na prefeitura para ganhar uma casa no loteamento da avenida Bernardino Silveira Amorim, para onde foram deslocadas as outras famílias procedentes da vila. No entanto, o município não teria dado retorno ao seu pedido. “Eles dizem que não vão dar casas para as pessoas que se mudaram para a Dique há pouco tempo, mas já moro aqui há 25 anos”, justificou.
Já o pedreiro Ataídes Machado, de 55 anos, contou que se sente perdido, já que a maior parte dos vizinhos deixou a vila. Poucas casas restaram na área, que será usada em parte para a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho. Os imóveis dos que se mudaram foram destruídos e o lugar está tomado por entulhos. “Isso tudo é uma vergonha. Fizemos o cadastro e queremos sair daqui”, lamentou.
O soldado do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Gustavo Paiva, acompanhou a manifestação, que durou cerca de 20 minutos. Ele disse que tudo foi pacífico. Os moradores, que já tinham feito um protesto na segunda-feira, devem apresentar as reivindicações na Câmara dos Vereadores às 15h de hoje.
O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) esclareceu que executa projeto habitacional para beneficiar os moradores que foram cadastrados em 2009. Eles devem ser assentados no Conjunto Porto Novo, onde já estão residindo 798 famílias. O órgão alega que não poderá atender as pessoas que teriam invadido algumas áreas na Dique após a conclusão do cadastro.