Moradores das ilhas de Porto Alegre vigiam casas para evitar saques

Moradores das ilhas de Porto Alegre vigiam casas para evitar saques

Algumas pessoas acamparam em carros ou debaixo de pontes

Karina Reif

Moradores das ilhas foram os mais atingidos por cheias na última semana

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Muitos moradores das ilhas de Porto Alegre não quiseram ir para abrigos improvisados pela prefeitura e montaram acampamentos nas partes secas. Com medo de saques, Clóvis José Flores, 59, passou a dormir dentro de um Fiat Uno, na Ilha da Pintada. “Tem que ficar encolhido. Passo a noite toda apreensivo.” O homem tem uma lancheria, que ficou inundada e perdeu quase todas as mercadorias e equipamentos. 

Seis famílias, incluindo a dele, montaram barracas com lonas nas margens da BR 290. Giovani Flores, 14 anos, e outros parentes fazem o transbordo de água, alimentos e alguns objetos de canoa para suprir as necessidades das pessoas abrigadas no local. A doméstica Rosimeri Flores, 45 anos, mostrou a cozinha montada para o grupo sobreviver enquanto não baixa a água dentro das casas na Ilha da Pintada. 

Na Ilha das Flores e na dos Marinheiros, havia desabrigados dormindo em carros, caminhões, micro-ônibus e barracas feitas com lonas. Muitos se reuniram embaixo das pontes. Uma cancha de bocha foi utilizada como moradia. 

No sábado, por conta do aumento no nível do Guaíba, que chegou ao ponto crítico de 2,93 metros, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, orientou os moradores das ilhas a deixarem suas residências por questões de segurança e saúde. Apesar do alerta, o prefeito destacou que a prefeitura não pode obrigar ninguém a abandonar suas casas.

Fortunati comentou na ocasião que há muitos moradores da região abrigados na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem e que a prefeitura conta com a ajuda do Exército para melhor atendê-los. Somente na manhã de sábado, equipes com 20 militares do Terceiro Regimento de Cavalaria de Guarda percorreram as ilhas auxiliando os atingidos pelas chuvas e pela cheia do Guaíba.


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