Moradores de rua retirados do viaduto Otávio Rocha dormem na Praça da Matriz

Moradores de rua retirados do viaduto Otávio Rocha dormem na Praça da Matriz

Grupo teve de deixar local após ação da Brigada Militar na semana passada

Cláudio Isaías

Moradores de rua têm dormido na Praça da Matriz

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Um grupo de moradores de rua, que estava no viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, no Centro de Porto Alegre, ocupa agora a Praça da Matriz. Na manhã desta quinta-feira, dois moradores estavam dormindo em bancos próximos do Memorial do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Um outro grupo colocou uma barraca na frente do prédio do Palácio Piratini.

Uma moradora de rua, que não quis se identificar, e que circulava pela praça disse que está no local há três dias e que não tem para onde ir. Ela montou uma "casa" na frente da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, na avenida Duque de Caxias. No local, foi possível encontrar colchões e cobertores deixados pelos moradores para secar em um dos canteiros da praça. Moradora da rua Espírito Santo, a aposentada Maria de Lourdes Severo disse que percebeu um aumento da população de rua na praça nos últimos dias. "É um lugar bonito que não pode ficar nesta situação", opinou.

A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) esclarece que a fundação e o Consultório de Rua mantêm o acompanhamento das famílias. Algumas já estão relacionadas para o Programa Moradia Primeiro.Em maio, a prefeitura de Porto Alegre apresentou o Plano Municipal de Superação da Situação de Rua, que foi elaborado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e pela Fasc. O plano é composto por seis estratégias que envolvem a qualificação da abordagem, o programa Moradia Primeiro, a ampliação da Rede de Saúde Mental, o aumento da ofertas de oportunidades, a revitalização do Espaço Urbano e o monitoramento da assistência. 

Um levantamento da prefeitura mostrou que diversos são os fatores que levam as pessoas para a situação de rua: apenas 5% dos moradores de rua da Capital estão na rua por opção e 50% deles moram há mais de cinco anos em locais públicos. Entre os motivos, 50% possuem problemas com o uso de drogas, 45% perderam os vínculos familiares e 5% possuem problemas graves de saúde mental. Nas abordagens da FASC e da Secretaria de Saúde são tratadas questões como o melhor encaminhamento e tratamento para as pessoas com problemas graves de saúde mental, dependência química e vulnerabilidade social.


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