Moradores lutam para evitar incêndio em suas casas no Morro Santana

Moradores lutam para evitar incêndio em suas casas no Morro Santana

Chamas se alastraram rapidamente na zona Norte de Porto Alegre e bombeiros tiveram auxílio da população para debelar fogo

Eduardo Amaral

Jovens sem equipamento enfrentaram focos das chamas

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Para os moradores da rua Faixa Cidadã, localizada no Morro Santana, zona Norte de Porto Alegre, já virou tradição: o calor chega e traz junto os incêndios nas áreas de mata que circundam as residências do local. Na tarde desta segunda-feira, mais uma ocorrência assustou quem estava em casa. O fogo iniciou por volta das 13h e se alastrou rapidamente por entre o matagal seco e os acúmulos de lixo.

Quem viu a cena relatou algo inédito, mesmo aqueles que já viram muitos incêndios. De acordo com os relatos, as chamas chegaram a ser mais altas que as residências, e por pouco não atingiram as moradias. Foi graças à atuação dos moradores que o fogo foi controlado antes mesmo da chegada dos bombeiros. Munidos de baldes e mangueiras, eles corriam as ruelas estreitas morro acima para evitar que o fogo se alastrasse.

Os moradores conseguiram evitar a chegada das chamas, mas não conseguiram evitar que a fumaça tomasse conta do ar. Em razão disso, duas pessoas foram retiradas desmaiadas após inalar fumaça. Ítalo Castro, de aproximadamente 30 anos, foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Já Julieta Barbosa da Silva, 88 anos, foi levada para casa de uma vizinha.

Uma das principais reclamações dos moradores foi a demora na chegada dos bombeiros. De acordo com os moradores, o caminhão levou mais de duas horas para chegar ao local, e quando chegou apenas um bombeiro estava disponível. Enquanto isso, muitos jovens, alguns adolescentes, se arriscavam, vestidos de bermudas e sem camisa, entre as chamas para evitar que o fogo se alastrasse.

Mesmo após a chegada dos Bombeiros, foi graças a ajuda dos moradores que o trabalho foi feito. Eram eles que subiam correndo com as partes da mangueira até o topo do morro e faziam o encaixe. Na outra ponta, homens e mulheres seguravam o equipamento enquanto um bombeiro combatia focos de incêndio no topo. 

Dona de casa, Iara Cruz, 52 anos, estava indignada com a recorrência dos incêndios, que sempre colocam os moradores em alerta. “Todo ano é isso, dezembro, janeiro e fevereiro e começam os incêndios.”

Responsável pelo combate ao fogo no local, o tenente Maximiliano Pires, rechaçou a ideia de demora. Segundo ele, os Bombeiros precisaram se dividir em vários pontos do morro que tinham focos das chamas. “Em situações como de fogo em mata, como são áreas muito grandes com vários pontos de incêndio, a população acredita que a gente demora para chegar, mas no momento que houve o chamado ele foi atendido. Porém, eles não enxergam o caminhão e acham que a gente não está no local.” 

Durante a tarde os Bombeiros se dividiam para combater outros focos de incêndio no morro e ocorrências semelhantes em outros pontos da cidade, como no bairro Teresópolis.


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