Morre aos 88 anos o ex-delegado do Dops Pedro Seelig

Morre aos 88 anos o ex-delegado do Dops Pedro Seelig

Ex-chefe do Departamento de Ordem Política e Social sofreu um infarto na terça-feira

Correio do Povo

Durante a ditadura militar, serviu no Setor de Operações

publicidade

Morreu, na terça-feira, em Porto Alegre, o ex-delegado e ex-chefe do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de Porto Alegre, Pedro Carlos Seelig. Ele sofreu um infarto aos 88 anos. Durante a ditadura militar, ele foi lotado no Setor de Operações e era responsável pelas prisões e pelos interrogatórios. O ex-delegado comandava uma equipe que foi acusada de praticar e estimular a tortura como método de obtenção de informações.

Conhecido como “Fleury dos Pampas” (em uma analogia ao delegado Sérgio Fleury, do Dops de São Paulo), Seelig foi suspeito pelo sequestro dos militantes uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Díaz em uma suposta operação ocorrida em Porto Alegre, em 1978. O suposto crime (que incluiu duas crianças, filhos de Lílian) foi uma das cooperações entre os serviços secretos das ditaduras do Cone Sul, na chamada Operação Condor. Seelig, porém, foi absolvido da acusação em 1980 por falta de provas.

O nome do ex-delegado está na lista de 377 agentes públicos citados no relatório da Comissão Nacional da Verdade por violações dos Direitos Humanos. O documento foi elaborado em 2014. Seelig é suspeito de ser uma das pessoas que tiveram papel fundamental na organização do sistema repressor da época. Ele também foi citado por depoentes nas CPIs realizadas pela Assembleia Legislativa por supostos crimes contra pessoas que se opunham ao regime da época. Em 1983, foram os uruguaios Lilian e Universindo foram liberados e vieram a Porto Alegre. 

Despedida

A morte do ex-delegado foi comentada nas redes sociais, nesta qaurta-feira, após a sua morte ter sido divulgada. Nas redes sociais, a família lamentou a perda do chefe do Dops. “É com essas lembranças que eu quero ficar de ti meu amigo, com essa alegria de viver, que Deus te acolha em seus braços, aprendi muito com você”, escreveu o genro de Seelig Vitor Possebon.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895