Motorista atropela e decepa braço de ciclista em São Paulo

Motorista atropela e decepa braço de ciclista em São Paulo

Condutor não parou e jogou membro da vítima num córrego

AE

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Um estudante dirigia em zigue-zague e em alta velocidade entre os cones da ciclofaixa da Avenida Paulista, em São Paulo, na madrugada deste domingo quando atropelou um ciclista. O braço da vítima foi decepado na hora e
ficou preso no para-brisa do carro do estudante. O condutor não parou e seguiu até a zona sul, onde jogou o membro num córrego.

Segundo testemunhas contaram à polícia, o motorista ia em direção ao Paraíso e estava na faixa exclusiva na altura da Paulista com a Rua Augusta. Em "velocidade acima da desenvolvida pelos demais carros", segundo contou o delegado Luis Francisco Segantin Júnior, assistente da 1ª Delegacia Seccional da cidade, o rapaz ficou entrando e saindo da faixa, derrubando cones pelo caminho, até atingir o ciclista David Santos Souza, de 21 anos.

Depois do acidente, Siwec deixou o amigo em casa, na região da Saúde, também na zona sul, e antes de chegar no condomínio onde mora, parou para jogar o braço de Santos. Isso impediu que médicos, para onde a vítima foi levada, pudessem tentar fazer o reimplante do membro.

Segundo a polícia, ao estacionar o carro, o rapaz não entrou em casa: procurou uma base comunitária da Polícia Militar que fica a poucas quadras de distância do condomínio e se entregou. "Ele exalava álcool, mas se recusou a fazer o exame de etilômetro (bafômetro) e o exame de sangue. Mas o teste clínico constatou que ele ainda mantinha sinais de embriaguez", disse o subtenente Jaime de Souza Melo.

Ao se entregar, o rapaz foi levado ao 78º Distrito Policial (Jardins). Policias chegaram a levá-lo de volta para o rio, para que ele indicassem o local onde o braço foi deixado. Bombeiros fizeram buscas no local, mas não acharam o membro.

O advogado de Siwec, Pablo Navis Testoni, disse que o caso foi um acidente. "Ele, obviamente, não tinha intenção de matar". Mas a polícia o indiciou por tentativa de homicídio doloso (intencional), omissão de socorro, fuga de local de crime e por crime de trânsito. Ele foi preso em flagrante e passaria esta noite na carceragem do 2º Distrito Policial (Bom Retiro), no centro. A polícia ainda vai ouvir testemunhas, inclusive o amigo que estava no carro, e ver imagens de câmeras de segurança da região.

A ciclofaixa da Paulista é montada por volta das 4h30min, mas só entra em operação, com monitores, às 7h. "Mas, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os cones fazem parte da sinalização e devem ser respeitados", disse o subtenente Melo. A batida foi por volta das 5h30min.

Vítima

Souza ficou caído na Paulista até ser socorrido pelo Resgate, que o levou ao Hospital das Clínicas. Ele estava em observação até a noite deste domingo.

Morador do Jardim Pantanal, no extremo leste da cidade, o rapaz trabalhava há 10 meses na limpeza exterior de prédios, usando rapel. Seguia para o Instituto do Câncer do HC. A bicicleta era seu meio de transporte pela cidade. Sua mãe, Antonia Santos, ainda em choque, disse que o rapaz estava sedado e que, segundo ela, ainda não sabia que seu braço havia sido arrancado.

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